24/03/2014 19h07 - Atualizado em 24/03/2014 19h09

TCE aponta indícios de fraude no IPE Saúde no RS, diz deputado estadual

Auditoria cita registros de consultas com pessoas já mortas, diz deputado.
Órgão diz que uma equipe avalia os resultados da auditoria do tribunal.

Do G1 RS

O deputado estadual Paulo Odone (PPS) pediu nesta segunda-feira (24) a suspensão de um projeto de lei prevendo a inclusão dos pais dos funcionários públicos do Rio Grande do Sul no convênio médico com o Instituto de Previdência do Estado (IPE). Segundo o parlamentar, a decisão foi motivada pelo resultado de uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), que apontam fraudes no órgão previdenciário.

"A situação é gravíssima. Precisamos agora buscar soluções para salvar o IPE Saúde, um instituto com mais de 1 milhão de segurados", disse o deputado.

Entre os indícios de irregularidades, foram apontadas falhas no controle dos procedimentos médicos, registros de consultas com pessoas já mortas e procedimentos homologados sem o uso de senha pessoal dos segurados. A corte ainda diz que há registros de profissionais atendendo quase 200 pacientes em uma noite. Odone aponta negligência na cobrança de dúvidas de até R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 2,9 bilhões pertencentes ao Tesouro do Estado.

Ainda segundo Odone, o TCE aponta que receitas são insuficientes para cobrir as despesas. Ainda segundo o parlamentar, o déficit observado desde 2011 pode ficar entre 3,1 bilhões e R$ 4,7 bilhões nos próximos 10 anos.

O IPE diz que uma equipe avalia os resultados da auditoria. "Em algumas das coisas que aparecem ali nos já estamos trabalhando. Outras são novidades, e vamos agora nos debruçar sobre elas", diz o presidente do IPE, Valter Morigi.

O TCE diz que não se pronunciará antes de receber a resposta do órgão, que tem prazo até 20 de abril. Após passar pela corte, o relatório será encaminhado ao Ministério Publico de Contas, que deve emitir um parecer.

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