10/05/2013 18h56 - Atualizado em 10/05/2013 19h38

MP entrega à Justiça parecer sobre defesas dos acusados no caso Kiss

Documento foi encaminhado ao juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria.
Promotores defendem indeferimento de pedidos de revogação de prisões.

Felipe Truda e Juliana MottaDo G1 RS e da RBS TV

Promotor Maurício Trevisan caso Kiss  (Foto: Felipe Truda/RBS TV)Trevisan defende manutenção das prisões
preventivas  (Foto: Felipe Truda/RBS TV)

Os promotores Maurício Trevisan e Joel de Oliveira Dutra, do Ministério Público de Santa Maria, encaminharam nesta sexta-feira (10) à Justiça da cidade da Região Central do Rio Grande do Sul o parecer sobre as defesas dos acusados do incêndio na boate Kiss. A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro e causou 241 mortes.

"Nos manifestamos sobre questões que seriam preliminares, de antes do mérito. Em relação ao mérito, já expressamos quando fizemos a denúncia", disse Trevisan ao G1.

No parecer, Trevisan e Dutra manifestam contrariedade ao pedido de revogação das prisões preventivas de um dos sócios da Kiss, Mauro Hoffmann, e do produtor da banda Gurizada Fandangueira Luciano Bonilha Leão. "Nos manifestamos por indeferir, assim como se tinha indeferido antes. As causas são as mesmas de antes", disse Trevisan.

No final de fevereiro, cerca de um mês após o incêndio, o Ministério Público já havia se manifestado favorável à prisão preventiva de quatro envolvidos no caso (além de Hoffmann e Leão, o ex-sócio Elissandro Spohr e o músico Marcelo Jesus dos Santos seguem detidos). Eles argumentaram que havia uma comoção popular devido às proporções da tragédia e que as prisões são importantes para a credibilidade das instituições públicas.

O documento foi remetido ao juiz Ulysses Louzada, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, que julga o caso. O magistrado analisará o parecer do MP e verificará quais investigações e testemunhas determinadas. O próximo passo será marcar uma audiência com pessoas envolvidas e testemunhas, para depois decidir se os acusados por homicídio doloso serão submetidos ao Tribunal do Júri.

Arquivamento
Também nesta sexta-feira, os promotores arquivaram os pedidos de indiciamento do secretário de Controle e Mobilidade Urbana de Santa Maria, Miguel Passini, e do chefe de fiscalização da pasta, Beloyannes de Pietro Júnior. Após ter pedido novas diligências à polícia, o MP concluiu que eles não descumpriram a legislação, e não foram avisados sobre possíveis irregularidades por outros órgãos municipais.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 241 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.

O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados

Veja as conclusões da investigação

- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

 

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