Búfalos em Mucajaí, Sul de Roraima — Foto: Raquel Maia/Rede Amazônica
São cerca de 30 cabeças de búfalos que ocupam um extenso pasto, a poucos quilômetros da sede do município de Mucajaí, Sul de Roraima. É no local que a família do produtor rural Antônio Rodrigo da Silva decidiu investir na criação do animal para ter um retorno financeiro.
A história da família foi exibida no programa Amazônia Agro deste domingo (3), na Rede Amazônica.
Apesar de parecerem brutos, os búfalos são muito dóceis, segundo Antônio. Para ele, sempre foi um sonho investir nos animais, uma criação que não é tão comum em Roraima.
“Eu tinha vontade em criar búfalo. Para mim, o melhor que tem pra criar é búfalo. Não é o gado branco. O búfalo eu boto aqui dentro, coço tudinho… O gado branco eu não toco em nenhum. Nem uma vaca de leite ela deixa eu encostar", explicou.
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Além de carinhosos, o trabalho no dia a dia também é mais fácil com os bubalinos do que com os bovinos, segundo o produtor. Na família, o responsável por essa missão é o filho mais velho de Antônio, o Anderson da Silva. Ele aprendeu logo que chegou o primeiro casal na propriedade. Ele é responsável por soltar os búfalos no pasto, para que eles possam se alimentar.
O pasto é uma alimentação básica mas muito eficiente para a saúde deles, o que contribui com a qualidade do animal. Isso não significa que não tenha que se ter alguns cuidados. A vermifugação, vacina e acompanhamento veterinário são algumas das ações que precisam ser feitas pelos proprietários, como explica Anderson.
“É um animal que dá pouca mosca, praga de carrapato… Esses ectoparasita quase não dá. Por você ver o animal desenvolver, que ele desenvolve tão bem, acredito eu que ele está quase sempre saudável."
Antônio Rodrigo, produtor rural em Mucajaí — Foto: Raquel Maia/Rede Amazônica
Na maior parte do tempo os búfalos ficam fora do curral. Com o calor típico de Roraima, a preferência é pelas áreas alagadas, por ser mais fresco para os animais. A manada entra na água e só sai pra comer ou pra voltar pro curral.
Na propriedade, o costume dos animais foi importante durante a seca histórica no início de 2024 fez com que os efeitos da estiagem fossem menos severo para os búfalos do que para o gado comum. Para o produtor, isso mostra que o animal é viável economicamente, mesmo no período seco.
Quando bem cuidados e com saúde em dia, os búfalos podem dar um bom retorno comercial, como o queijo de búfala. O leite de búfala é mais nutritivo que o leite de vaca e é muito utilizado para a produção de queijos. Antônio faz a extração do produto, mas apenas para consumo da família.
Porém, é com a venda do animal para açougues da região é que o produtor tira sua renda mensal. A carne também é muito valorizada por conta do valor nutricional.
“Só da região mesmo. Eu acho melhor vender ele do que o porco. Ele (O búfalo) com 300 kg todo mundo quer, que é muita carne. E o porco quando passa de 50 kg ninguém quer, porque tem muita gordura", detalhou Antônio.
A produção familiar vem ganhando novas mãos. A paixão pelo cuidado está passando de pai para filho, e agora para os netos de Antônio. É que os filhos do Anderson também já estão aprendendo no manejo com os animais.
Eles sobem no cavalo e vão tocando a manada para o orgulho do pai. “Deus queira que isso fique na família, a terra, a cultura, a gente tem que ensinar pra colher um fruto mais na frente".
Netos continuam a tradição — Foto: Raquel Maia/Rede Amazônica
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