Ibama queima helicóptero, avião e máquinas de garimpeiros na Terra Yanomami
A operação contra garimpeiros na Terra Indígena Yanomami já destruiu quatro aeronaves, um trator de esteira e seis balsas usadas pelos invasores ilegais dentro do território. Os números são de ações até esta segunda-feira (13), primeira semana de trabalho na região.
A operação que visa retomar o controle do território invadido por garimpeiros, responsáveis pela crise humanitária enfrentada pelo povo Yanomami, ocorre em força-tarefa que envolve fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal e Ministério da Defesa.
Entre as aeronaves destruídas estão três aviões e um helicóptero que havia sido modificado para fazer o transporte de insumos aos invasores e estava camuflado próximo a um acampamento de garimpo.
Além disso, nesta uma semana de operação, ficais apreenderam quatro barcos com motor de popa, seis mil litros de combustível e dois geradores - todo esse material foi entregue à Funai.
Também foram apreendidas e inutilizadas 12 toneladas de cassiterita, um dos minérios extraídos ilegalmente da Terra Yanomami.
Fiscal do Ibama em ação contra garimpeiros na Terra Yanomami — Foto: Ibama/Divulgação
As balsas destruídas estavam no rio Uraricoera, principal via de acesso usada pelos invasores para invadir da Terra Indígena. A ação mais ofensiva contra os garimpeiros é feita por fiscais do Ibama que atuam no Grupo Especializado de Fiscalização (GEF).
Para impedir que garimpeiros entrem no território Yanomami com suprimentos e insumos, outras equipes do Ibama atuam numa base de controle instalada no rio Uraricoera, no porto de Palimiú - é neste ponto que barqueiros podem pegar autorização para buscar garimpeiros que ainda estão irregularmente na região.
Com a presença de fiscalização dentro da Terra Yanomami, os invasores tem fugido pela floresta e rios e deixado para trás os equipamentos usados na destruição meio ambiente. Ao encontrá-los abandonados, os fiscais do Ibama os destroem.
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.
Ibama queima avião, helicóptero e maquinários de garimpeiros ilegais na Terra Yanomami — Foto: Reprodução/Ibama
A ação faz parte da ofensiva iniciada em 20 de janeiro, quando o governo federal decretou emergência de saúde pública para atender indígenas da etnia Yanomami.
Maior território indígena do país, a Terra Yanomami enfrenta uma crise humanitária e sanitária sem precedentes. Indígenas, entre crianças e adultos, enfrentam quadro severos de desnutrição e malária.
Desde que começou a movimentação de repressão ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, garimpeiros começaram a fugir do território. A estimativa é que ao menos 20 mil garimpeiros estejam no território Yanomami, onde vivem cerca de 30 mil indígenas. A meta é retirar todos os invasores e identificar os financiadores da atividade ilegal que causa destruição sem precedentes ao meio ambiente e à vida dos Yanomami.