Para conquistar de vez o público brasileiro, em sua quarta vinda ao país, o Maná não poupou hits de novela e bolas de futebol. Ao fim do show, jogaram bolas para o público ao som de "Clavado en un bar". O show neste sábado começou às 21h45 com "Lluvia al corazón", uma das duas faixas do CD "Drama y luz", de 2011, ao lado de "Latinoamerica". Tocar poucas canções do disco mais recente foi uma boa tática dos mexicanos.
"Boa noite! Somos Maná, da terra da tequila e dos mariachis", apresentou o (didático) vocalista Fher Oliveira. O som e os versos do grupo também são bem diretos. Difícil contar quantas vezes Fher canta a palavra "corazón" ("trending topic" imbatível nas letras do quarteto) para descrever seus sentimentos e embalar casais que esperavam pelo Coldplay.
Foram nas trilhas de novela da TV Globo, no entanto, que os fãs levantaram braços e se arriscaram no portunhol. A primeira foi "Labios compartidos" (de "Viver a vida", 2009). O cantor da banda respondeu com vários "do c...", expressão em português muito usada por Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial.
A reação em "Vivir sin aire" (tema de "Mulheres apaixonadas", de 2003) foi ainda melhor. Não era preciso exibir a letra no telão. O "Luau in Rio" foi completado por "En el muelle de San Blas" (diretamente da trama de "Sabor da paixão", 2003).
Aos três pop românticos de novela, a banda somou canções que vão do reggae ("Oye mi amor") ao rock sacolejante "Corazón espinado". O hit teve participação de Andreas Kisser, do Sepultura. Tomando o posto do mexicano Santana, que toca guitarra na original, ele se tornou o mais "arroz de festa" do Rock in Rio. Ele se apresentou com o Sepultura e com Ed Motta no Sunset e deu canja com o Motörhead no Palco Mundo.