Roberto Jefferson, delator do mensalão, disse que se um mandado de prisão for expedido para ele, irá esperar em sua casa em Comendador Levy Gasparian, no Sul do Rio de Janeiro. Questionado se ia se entregar, ele contou que pretende ficar no imóvel até a chegada da Polícia Federal. "Vou aguardar aqui, vou ficar em casa. Prefiro ficar em casa, aqui eu fico mais confortável", comentou no fim na noite de sexta-feira (15), após se despedir de parentes que deixavam sua casa.
De acordo com o ex-deputado, ele acompanha o caso mensalão pela imprensa e também mantém contato com seu advogado. "O momento é de expectativa. Eu tenho acompanhado o noticiário. Eu tenho informações do meu advogado, doutor Marcos Pinheiro de Lemos, e estou aguardando".
Ao falar sobre a família, Jefferson disse que no momento ela está "tensa". "Papai saiu daqui agora, mamãe saiu daqui agora. A família está tensa", contou.
O último recurso possível para o ex-deputado foi rejeitado na quarta-feira (13) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Jefferson foi condenado no ano passado a 7 anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os primeiros mandados de prisão de condenados no processo do mensalão foram expedidos na sexta-feira, quando a Polícia Federal começou a executá-los.
Momento é de 'intensa pressão'
Na manhã deste sábado (16), Jefferson preferiu não comentar declarações dadas por outros envolvidos no processo do mensalão durante as prisões. “Respeito o sofrimento que eles estão passando. Eu imagino que é intensa pressão, como é intensa pressão o que estou vivendo”, disse.
Questionado se essas prisões era o resultado que imaginava ao fazer as denúncias, ele também falou que "não sei qual resultado haveria". "A minha luta era política, lá no Congresso Nacional. Teve a judicialização e a judicialização foge do meu papel".