Edimilson Ávila entrevista Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo do estado do Rio
Marcelo Freixo (PSB) foi o segundo entrevistado, nesta terça-feira (23), na série de entrevistas de Edimilson Ávila, no podcast Desenrola, Rio com candidatos ao governo do estado do RJ. Rodrigo Neves (PDT) foi o primeiro, nesta segunda (22).
Veja acima a íntegra da conversa ou ouça abaixo o podcast.
O deputado federal falou sobre ser contra liberar as drogas e sobre a redução da letalidade policial. Freixo prometeu ainda o Bilhete Único a R$ 7 com três modais e afirmou que o combate à fome será prioridade no começo de seu governo.
O próximo entrevistado será Cláudio Castro (PL) na quarta (24), às 14h.
Neves, Freixo e Castro tiveram 5% ou mais na pesquisa Ipec de 15 de agosto. A ordem das entrevistas foi definida em sorteio.
Os outros seis candidatos terão entrevistas de 20 minutos, gravadas sem corte, exibidas entre 29 de agosto e 5 de setembro, também às 14h.
COMO FORAM AS OUTRAS ENTREVISTAS
- Cláudio Castro defende o Ceperj e promete melhoras nos transportes
- Rodrigo Neves promete pagar uma renda mínima de R$ 500 e rebate denúncias sobre sua administração
- Wilson Witzel promete novo bilhete único, banco de desenvolvimento do estado e usar recursos de hospitais particulares na saúde
- Paulo Ganime propõe diminuir o IPVA, reduzir fila de cirurgias para 3 meses e colocar o RJ entre os 4 melhores do Ideb
- Eduardo Serra promete transporte gratuito, 150 mil moradias e fim da PM
- Cyro Garcia promete romper com o Regime de Recuperação Fiscal e investir em obras, como a Linha 3 do metrô
- Luiz Eugênio promete salário-mínimo de R$ 7,5 mil e 'milícias populares' para enfrentar o crime organizado
- Juliete Pantoja diz que vai sair do Regime de Recuperação Fiscal, suspender o pagamento da dívida e auditá-la
Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo do RJ, dá entrevista ao g1 — Foto: Marcos Serra Lima/g1
LEIA MAIS:
- VÍDEOS: todos os trechos da entrevista
- Datafolha: Castro, com 26%, e Freixo, com 23%, estão tecnicamente empatados
- Ipec: Castro tem 21% no primeiro turno e Freixo, 17%
- 'Mudei opinião a partir de escutar a sociedade', diz Freixo sobre não defender mais a legalização das drogas
- Freixo promete a contratação de 3 mil médicos e na segurança pública vai priorizar a contratação de policiais civis
Veja trechos da entrevista com Freixo
Legalização das drogas
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre legalização das drogas
Freixo afirmou que mudou de opinião sobre a legalização das drogas após ouvir a sociedade.
O candidato afirmou que atualmente é contra a legalização. Segundo ele, esse debate pode dividir ainda mais a sociedade fluminense, o que seria prejudicial.
“Eu mudei de opinião a partir de escutar a sociedade. É um momento muito sério o que vivemos. Eu não posso concordar com nada que divida ainda mais a sociedade brasileira. Hoje tem pai que não fala com filho, irmão que não fala com irmão. Qualquer assunto que nos remeta a dividir ainda mais a sociedade, eu não sou favorável nesse momento. O momento é de diálogo”, comentou o candidato.
Redução da letalidade como meta
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre segurança pública
“A minha política de segurança vai ser pelo número de pessoas vivas”, disse Freixo. O pessebista apresentou o Projeto Prosperidade, inspirado na Região Metropolitana da Cidade do México.
“Nós vamos colocar isso em 10 lugares no primeiro ano. Tem esportes, cultura, assistência. Está integrado à rede pública. Você faz uma redução de letalidade, uma redução da violência”, defendeu.
Freixo disse também que as operações policiais “vão ser planejadas e precisam ser controladas”. “Ela não pode ser banalizada. Um sucesso de política pública de segurança não pode ser o número de pessoas mortas”, disse.
“Então, por exemplo, você tem uma guerra de facção acontecendo ou uma invasão de milícia, uma invasão de tráfico. É óbvio que a polícia tem que entrar. Com responsabilidade, é uma medida, mas não é a única e nem a primeira”, detalhou.
“A polícia é obrigada a entrar por lei. Cabe à polícia proteger a vida das pessoas”, destacou.
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre inteligência na polícia
Freixo disse ainda fazer um convênio com a Marinha “para fiscalizar a Baía de Guanabara, por onde boa parte das armas entra”, e outro com a Polícia Rodoviária Federal “para fiscalizar as rodovias”.
O deputado também falou de “metas civilizatórias”. “São metas para a redução de letalidade, redução de feminicídio. E aí você vai estudar isso por região. Tem algumas regiões que o grande problema é latrocínio, em outras já é violência contra a mulher. Você tem que ter um mapa da violência em cada região”, explicou.
Marqueteiro delator na campanha
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre ter ex-assessor de Cabral como marqueteiro na campanha
Edimilson Ávila questionou Freixo sobre ter contratado para a campanha o marqueteiro Renato Pereira, que trabalhou para os ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão e delatou ter recebido em caixa-dois.
“Ele é um profissional que eu respeito. O que ele fez no passado, ele já respondeu sobre isso. Se com outras pessoas a forma de pagamento não foi correta, as pessoas estão pagando por isso”, respondeu.
Fila da Saúde
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre saúde
O candidato prometeu, se eleito, “fazer a fila do Sisreg andar”. “Não pode uma pessoa esperando até quatro anos para ser atendido. Se a gente hoje fosse contratar três mil médicos, especialistas, a gente gastaria R$ 220 milhões por ano. Isso dá perfeitamente dentro do orçamento que a Saúde já tem”, explicou.
“Eu acho que dois meses [de espera] é um tempo médio razoável. Essa fila precisa ser humanizada, esse tratamento tem que ser humanizado, é preciso uma política de cuidado”, emendou.
Freixo disse ainda que vai romper com o “toma lá, dá cá” na Saúde. “Não tem que ter cabide de emprego na Saúde.”
Transportes
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre transporte
Freixo disse que a Linha 3 do metrô, para Niterói e São Gonçalo, é prioridade, mas “é muito cara e depende do governo federal, do BNDES”.
O candidato defendeu terminar a extensão da Linha 2 até a Carioca e a Praça 15, “que já está adiantada”, e resolveria o “gatilho das Barcas”.
O deputado também falou em reduzir o Bilhete Único de R$ 8,55 para R$ 7, dando direito a três viagens no período.
Freixo ainda criticou a Supervia. “É sinal de desrespeito permanente. As estações estão abandonadas, várias delas estão dominadas pelo tráfico ou pela milícia. Isso é inconcebível. Claro que nós vamos colocar a polícia permanente. Não dá. O estado vai retomar isso e vai ter investimento”, falou.
Outra proposta é criar “uma autoridade metropolitana capaz de tomar decisões pensando no conjunto de municípios”.
“A autoridade metropolitana tem que tomar as decisões corretas de planejamento, porque um município não resolve a Supervia”, exemplificou.
“Você tem 270 km de Supervia, 104 estações. Você mexe com 11 municípios. O governador cria uma autoridade metropolitana, senta com a concessionária, senta com os empresários de ônibus e cria um planejamento de um transporte de linhas auxiliares”, disse.
Combate à fome
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre combate à fome e geração de empregos
Freixo comentou a promessa de, no primeiro dia de governo, colocar em prática a oferta emergencial de refeições diárias em restaurantes populares.
“Isso é uma medida imediata. A gente tem uma rede de restaurantes conveniados onde você subsidia uma alimentação”, disse.
O plano de Freixo é pagar R$ 12 por refeição para 200 mil pessoas, ao custo de R$ 260 milhões por ano.
Educação
Marcelo Freixo (PSB) responde a pergunta sobre educação
Freixo se comprometeu a pagar aos professores o piso nacional de R$ 3.845 para 40 horas semanais. “Porque não pagar o piso nacional dos professores é uma vergonha para qualquer governador”, disse.
O candidato propõe ainda fazer “uma corrente de tempo integral da primeira infância ao primeiro emprego”. “É a educação que muda a vida de um lugar como o Rio de Janeiro”, destacou. “Eu não quero deixar nenhuma criança para trás.”
O deputado também apresentou o projeto dos “explicadores universitários” para reduzir a defasagem no aprendizado em dois anos de pandemia.
“Com R$ 36 milhões ao ano, a gente contrata cinco mil estudantes que estão se formando ou recém-formados, pagando o valor de uma bolsa do Capes ou do CNPq, por quatro horas por dia”, para um reforço escolar.