Por G1 Rio


"Polícia Civil pode dar uma resposta", diz chefe de polícia sobre morte de Marielle

"Polícia Civil pode dar uma resposta", diz chefe de polícia sobre morte de Marielle

O novo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse nesta quinta-feira (15) que a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) atenta contra a democracia. Ele reafirmou que a principal linha de investigação é execução.

"Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo", disse.

A declaração foi feita ao lado do deputado Marcelo Freixo (PSOL), de quem ela era assessora. Segundo o parlamentar, não havia nenhuma ameaça contra a colega. Freixo disse ter conversado com familiares e amigos de Marielle, que confirmaram as informações.

"Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, nascida na Maré, feminista, estar na política. Isso não é aceitável em qualquer lugar do mundo. Vamos exigir até o último momento que se descubra o que aconteceu".

Barbosa afirmou ainda que era amigo de Marielle, tendo sido apresentado a ela pelo próprio Freixo. O deputado estadual clamou pelo fim da ideia de que os defensores dos direitos humanos apoiem bandidos.

"Apresentei Marielle ao Rivaldo porque, é importante que se diga isso, o trabalho da Comissão de Direito Humanos não é contra a polícia. O trabalho dela, como o meu, não é contra a a polícia. Porque denunciar maus policiais não é contra a polícia. A gente precisa acabar de uma vez por todas com a ideia de que os direitos humanos são contra a polícia. Estamos aqui [na polícia] porque sempre estivemos. Sempre trabalhamos em parceria com o doutor Rivaldo", afirmou ele com a concordância do delegado.

"É uma militante de direitos humanos silenciada, calada. A resposta virá. Quem matou Marielle achando que ia calar, transformou Marielle num símbolo que vai fazer com que muitas Marielles brotem as praças públicas a partir de hoje. Isso não vai ficar impune, nem vai provocar silêncio", desabafou o parlamentar.

Crime não pode ficar impune, diz Polícia

O delegado afirmou que "o crime não vai ficar impune". A polícia acredita que os assassinos seguiram a vereadora desde o momento em que ela saiu da Rua dos Inválidos, na Lapa, até o local do crime, no Estácio. Marielle pode ter sido perseguida ao longo de quatro quilômetros, de acordo com as investigações.

Ainda segundo a Polícia Civil, os tiros que atingiram a vereadora teriam sido dados a média distância e o atirador estava há, aproximadamente, dois metros do carro. A polícia acredita também que o atirador era experiente e sabia o que estava fazendo.

"Estou muito confiante. Confio na Polícia Civil. Quem quiser ajudar, receberemos ajuda. Temos convicção de que daremos a resposta suficiente", afirmou.

A testemunha, disse ele, vai ser beneficiada por um protocolo para que seja protegida pelas autoridades públicas. "Garantimos todo e qualquer tipo de segurança".

Rivaldo Barbosa, novo chefe da Polícia Civil, diz que morte de Marielle Franco 'atenta contra a democracia' — Foto: Reprodução / TV Globo

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!