Por Gabriel Barreira, RJ1


Reitores de instituições públicas de educação do RJ criam fórum para buscar soluções contra cortes no orçamento

Reitores de instituições públicas de educação do RJ criam fórum para buscar soluções contra cortes no orçamento

Universidades e institutos federais e estaduais têm sofrido uma série de cortes de verbas que têm dificultado o pagamento de fornecedores, de terceirizados e a manutenção das unidades. Em busca de soluções, as instituições se uniram e criaram, nesta segunda-feira (19), o Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro.

Os reitores querem criar um órgão que possa se sentar com o governador do estado e autoridades federais para discutir com prefeitos a criação de políticas públicas. Eles querem que as instituições federais não sejam vistas apenas como um gasto no orçamento para os gestores públicos.

A Universidade Federal Fluminense (UFF), por exemplo, citou que se fechar o campus que tem uma cidade do interior do RJ poderá causar um grande prejuízo para aquele município. Uma queda de cerca de 25% na economia da cidade.

Segundo as universidades federais, nos últimos dez anos a queda no orçamento destinado a essas instituições foi de 50%, o que tem causado muito dificuldade para o pagamento de serviços de manutenção, funcionários e fornecedores.

Em 2022, houve um corte de R$ 1,680 bilhão, segundo dados de uma agência que faz o levantamento de instituições federais. No final de novembro, o governo federal, que promoveu esses cortes, anunciou que injetaria R$ 2 bilhões no orçamento.

Mesmo assim, com as reduções ocorrendo ano após ano, a dificuldade para pagar as contas tem sido muito grande. A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho, destacou o drama vivido por alunos que recebem a bolsa permanência. Segundo ela, esses alunos, que moram em municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, estavam sem dinheiro para o transporte, sem condições para ir à faculdade no Rio.

Os restaurantes da UFRJ também tiveram de deixar de funcionar. Das sete unidades, só uma permanecia funcionando. E funcionários terceirizados, como auxiliares de serviços gerais, estavam sem receber e não tinham como pagar as próprias contas.

O reitor Jefferson Manhães de Azevedo, do Instituto Federal Fluminense (IFF), disse que todos estão muito preocupados com a situação.

"É fundamental compreender que nós estamos muito preocupados com esse ano. Mas o ano que vem, se não houver a reposição do nosso orçamento, nós teremos muito mais dificuldade. A previsão nessa área para 2023 reproduz a de 2022 com corte de 7% ao longo de todo ano. Nós vamos ter todos os estudantes desde o início do ano dentro das nossas instituições. Então, se esse ano já foi difícil, o ano de 2023, vamos ter muito mais dificuldades", disse Azevedo.

Os reitores também esperam que não haja um novo corte de 7% - em relação ao orçamento de 2022 - no orçamento previsto para 2023. Os reitores gostariam de retornar ao menos ao orçamento de 2019.

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