Projeto inicial da estátua do Cristo Redentor era outro
Foi com um Jesus bem diferente do Redentor que o engenheiro Heitor da Silva Costa ganhou um concurso nacional para definir que Cristo seria erguido no alto do Corcovado. Em vez dos braços estendidos, Heitor imaginou um Jesus segurando o globo terrestre numa mão e uma pequena cruz na outra.
O certame foi em 1921, quando os cariocas já eram apaixonados por futebol. Não tardou para que o planeta virasse, na imaginação da população, uma bola.
Cristo da Bola, primeiro projeto para o Corcovado — Foto: Reprodução/TV Globo
“Os cariocas não entenderam o simbolismo religioso da estátua e o chamaram de Cristo da Bola”, disse o historiador Alexandre Pinheiro, especialista no Cristo Redentor.
“Houve uma crítica mais forte em 1923 da Escola Nacional de Belas Artes. O professor Flexa Ribeiro escreveu um artigo para o jornal “O Paiz” criticando o projeto artístico e a visibilidade da estátua a grandes distâncias. Aí a Igreja pediu para o Heitor alterar o projeto”, detalhou Alexandre.
A inspiração para o Cristo que hoje vemos completar 90 anos veio de antenas no Corcovado.
“Os pais do Heitor moravam em Botafogo. De lá ele viu uma antena de telecomunicação com braços transversais com 40 metros, e daí teve a ideia de fazer uma estátua de Jesus que de longe fosse uma cruz”, emendou o historiador.
Cristo Redentor em números — Foto: Infográfico: Guilherme Pinheiro/G1