Cristo Redentor completa 90 anos na terça-feira; relembre a história do monumento
A fé pode até pode remover montanhas, mas é o monumento do Cristo Redentor, de braços abertos sobre a Baía de Guanabara, que há 90 anos faz com que milhares de pessoas subam 710 metros acima do nível do mar para visitá-lo.
Eleito em 2007 uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, o monumento coleciona números superlativos.
Cristo Redentor em números — Foto: Wagner Magalhães
O Cristo Redentor em números
- Estátua - 30 metros de altura
- Pedestal - 8 metros de altura
- Monte Corcovado - 710 metros acima do nível do mar
- Cabeça - 3,75 metros e pesa 30 toneladas
- Pés -1,35 metro, cada um
- Mãos - 3,2 metros, cada uma
- Coração no peito da estátua - 1,30 metro*
- Distância entre os braços - 28 metros
- Braços - pesam 57 toneladas, cada um
- Peso total - 1.145 toneladas
- Revestimento - milhares de triângulos de 3 centímetros de pedra-sabão
*O coração estilizado para representar o Sagrado Coração de Jesus é o único elemento que na parte interna também é revestido de pedra-sabão.
Números conflitantes
Monumento do Cristo Redentor completa 90 anos e segue colecionando números superlativos — Foto: Globo Repórter
Embora seja o monumento-símbolo do país no exterior, o Cristo Redentor é o segundo colocado nacional em número de visitantes, de acordo com o Instituto Chico Mendes (ICMBio). Em 2019, antes da pandemia, o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, onde estão as Cataratas do Iguaçu, teve público recorde de 2.020.358 turistas, enquanto no mesmo período o Cristo recebeu 1.940.327 visitantes.
Mas há controvérsias. Como o acesso pode ser feito tanto pelas vans Paineiras/Corcovado quanto pelo Trem do Corcovado, há discordâncias sobre o número recorde de visitantes.
Segundo o Trem do Corcovado, em 2019, cerca de 2,45 milhões de pessoas subiram ao Cristo pelo trenzinho, superando o recorde de 2 milhões de visitantes registrados pelo ICMBio, em 2013.
Cristo Redentor, segunda maior atração turística do país, atraiu mais de 1,9 milhão de visitantes em 2019, antes da pandemia, segundo o ICMBio — Foto: Matheus Rodrigues / G1
Já o serviço de vans Paineiras/Corcovado informou que, antes da pandemia, a média de visitantes que saíam do Largo do Machado, em Laranjeiras, e de Copacabana em direção ao Cristo era de 7.200 pessoas/dia. O recorde de visitantes que usaram as vans para chegar ao monumento foi de 1,4 milhão, em 2015.
Na América do Sul, visitação ao Cristo Redentor só perde para a cidade inca de Machu Picchu, encravada na Cordilheira dos Andes, no Peru.
Terceiro maior do mundo
O Cristo Redentor, com seus 38 metros entre estátua e pedestal, é a terceira maior escultura de Cristo no mundo. A maior de todas é a do Cristo Rei, da Polônia, que com o pedestal chega a 52 metros de altura. A segunda maior é a escultura de Cristo de la Concordia, da Bolívia, com 40 metros no total.
Construído entre 1926 e 1931, o monumento - incluindo o pedestal - tem a altura de um prédio de 13 andares. A estrutura de concreto armado foi erguida sobre quatro pilares unidos por vigas de 2,60 metros cada. E sustentam 12 lajes. Uma escadaria une os 12 platôs internos que levam a tampões nos braços e na cabeça da estátua.
A subida até o pedestal — onde se encontra a Capela de Nossa Senhora Aparecida — conta com 220 degraus. O monumento conta ainda com três elevadores panorâmicos e quatro escadas rolantes.
Molde da cabeça do Cristo Redentor foi feito em Paris e veio para o Rio de navio, separado em 50 partes numeradas. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A estátua foi construída no Brasil, com doações, que passaram de 500 contos de réis, recolhidas entre a população. A cabeça e as mãos foram confeccionadas em gesso em Paris e vieram para o Brasil de navio. A cabeça foi embarcada em 50 partes numeradas, enquanto as mãos vieram em oito partes.
O monumento foi projetado e construído para resistir a ventos de até 250 km/h. Ou seja, de um furacão de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson. Mas já foi diversas vezes atingido por raios. Numa delas, em 2014, teve o dedo da mão direita danificado.
Na restauração de 2010, cem pessoas trabalharam diretamente na substituição de mais de 60 mil peças de pedra-sabão.
Agora, aos 90 anos, o monumento se prepara para mais um número superlativo. O Santuário Cristo Redentor está pedindo a colaboração de fotos, vídeos e documentos de visitantes do mundo inteiro para montar o maior acervo digital do mundo.