Polícia Civil investiga morte misteriosa do menino Henry Borel
A 16ª DP (Barra) teve acesso às imagens de câmeras de segurança que mostram que o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, chegou bem ao condomínio onde moram a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Doutor Jairinho.
O RJ1 também apurou que a polícia está analisando imagens de câmeras de segurança de um shopping, onde o menino esteve com o pai antes de ir para a casa, além das gravações do condomínio onde a criança morava com a mãe.
As imagens mostram Henry bem, sem nenhuma lesão aparente. Tanto no Shopping, quanto na chegada no condomínio.
O menino chegou sem vida a um hospital da Zona Oeste do Rio na madrugada do dia 8, com hemorragia e edemas.
A mãe, Monique, disse, em depoimento, que encontrou o menino caído no chão do quarto, passando mal, na madrugada do último dia 8. A polícia já sabe que, dentro do apartamento, só estavam ela, o padrasto da criança e o próprio Henry.
O depoimento de Monique Medeiros e Doutor Jairinho na 16ª DP (Barra da Tijuca) durou 12 horas. Eles falaram em momentos diferentes.
O casal deixou a delegacia da barra às 2h30 desta quinta (18). Os dois não quiseram conversar com jornalistas, nem na chegada, nem na saída. O depoimento aconteceu nove dias depois da morte de henry. Eles foram ouvidos como testemunhas.
A equipe médica que atendeu a criança no hospital ainda não prestou depoimento. A polícia já sabe que lesões graves levaram à morte do menino.
O vídeo abaixo conta o que se sabe até agora sobre a morte do menino Henry.
VÍDEO: O que se sabe sobre a morte do menino Henry Borel, no Rio
A seguir, veja o que se sabe do caso.
- Com quem Henry estava no dia da morte?
- O que a mãe e o padrasto alegaram?
- Como Henry estava quando chegou ao hospital?
- Qual foi a causa da morte de Henry?
- Henry pode ter se machucado assim ao cair da cama?
- As lesões em Henry podem ter sido causadas numa tentativa de reanimá-lo?
- O que a polícia disse?
- Perguntas ainda sem resposta
O menino Henry Borel, de 4 anos, — Foto: Reprodução
1. Com quem Henry estava no dia da morte?
Depois de passar o fim de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, Henry foi deixado na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, na Barra da Tijuca, na noite do dia 7, um domingo.
Monique estava com o namorado, Jairo Souza Santos, o vereador do Rio Dr. Jairinho (Solidariedade).
2. O que a mãe e o padrasto alegaram?
Monique e Jairinho contaram que ouviram um barulho de madrugada e que encontraram o menino desacordado no quarto.
O pai do menino relatou que, segundo a ex-mulher, a criança estava com os olhos revirados e já com dificuldade de respirar.
O casal levou Henry para o Hospital Barra D’Or. Monique ligou para o ex-marido, avisando do incidente.
3. Como Henry estava quando chegou ao hospital?
Segundo o laudo do Instituto Médico-Legal, a que a TV Globo teve acesso, a criança já deu entrada no hospital sem vida e apresentava lesões no crânio, no estômago, no fígado e nos rins, além de várias manchas roxas.
4. Qual foi a causa da morte de Henry?
O laudo do Instituto Médico-Legal aponta “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.
5. Henry pode ter se machucado assim ao cair da cama?
Não, segundo peritos ouvidos pela TV Globo.
“Uma queda de uma altura baixa é pouco provável que esteja na origem dessas lesões traumáticas”, afirmou perito legista Carlos Durão.
“Nós observamos esses tipos de lesões em acidentes de trânsito, com muito mais energia”, emendou Durão.
Talvane de Moraes acrescenta que há lesões em áreas diversas do corpo, “o que uma queda não proporcionaria”.
“Pode haver equimoses [manchas], mas em regiões onde o corpo colidiu com o chão. Acho difícil colidir cabeça, fígado, pulmão, rim e abdômen [de uma vez só], explicou Moraes.
VÍDEO: Pai do menino Henry Borel cobra resposta sobre a morte da criança
6. As lesões em Henry podem ter sido causadas numa tentativa de reanimá-lo?
Não, segundo peritos. "Numa reanimação, às vezes a força aplicada pode fraturar o tórax ou a costela, dependendo da estrutura esquelética da vitima. No Henry não tem nada disso", disse Moraes.
7. O que a polícia disse?
Até a última atualização desta reportagem, a polícia se limitou a informar que está investigando o caso.
O pai de Henry depôs no próprio dia 8.
Monique e Dr. Jairinho passaram 12 horas depondo em salas separadas na 16ª DP (Barra da Tijuca) e deixaram a delegacia às 2h30 desta quinta-feira (18) sem falar com a imprensa.
Ao jornal "Extra", Dr. Jairinho enviou uma nota não qual disse "estar triste", "sem chão" e "suportando a dor graças ao apoio da família e dos amigos".
"As autoridades apuram os fatos, e vamos ajudar a entender o que aconteceu. Toda informação será relevante. Por isso, acho prudente primeiro dizer na delegacia a dinâmica dos fatos, até mesmo para não atrapalhar os trabalhos desenvolvidos", informou o vereador na nota.
Monique Medeiros da Costa Almeida e Dr. Jairinho deixam a delegacia após 12 horas de depoimento sobre a morte do menino Henry Borel — Foto: Reprodução/TV Globo
8. Perguntas sem resposta
- Que "barulho" a mãe e o padrasto de Henry ouviram?
- Eles tentaram reanimá-lo?
- Por que o menino estava com tantas manchas roxas?