Por Karol Caparelli, Maria Eduarda Barbosa*, TV Globo


‘Gameterapia’: fisioterapia com jogos de realidade virtual ajuda idosos a curar diversas dores

‘Gameterapia’: fisioterapia com jogos de realidade virtual ajuda idosos a curar diversas dores

Idosos que dependem de fisioterapia descobriram que a atividade pode ser uma brincadeira prazerosa. Alunos da Universidade Veiga de Almeida (UVA), na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, desenvolveram a gameterapia, uma série de exercícios conectados a jogos de realidade virtual.

Pacientes relatam melhorias já nas primeiras sessões. É o caso de Marta Leonor Moço Judice Amatuzzi, que sofria de fibromialgia e não tinha equilíbrio e força muscular. Em pouco mais de um mês, a realidade já mudou.

“O joelho doía muito, a coluna... Hoje eu já sinto menos dor”, contou.

Marta Leonor Moço Judice Amatuzzi na gameterapia — Foto: Reprodução/TV Globo

A gameterapia simula partidas de futebol e de boliche, por exemplo, e o paciente joga em primeira pessoa — ora chutando, ora arremessando.

Coordenadora do programa, a professora Vanessa da Rocha Rego contou que havia uma demanda para mudar a rotina dos pacientes.

“A fisioterapia muitas vezes é associada à dor. Então a gente oferece uma terapêutica prazerosa, que gera um bem-estar e ainda faz um bem físico e emocional para esses pacientes. Eles saem satisfeitos de sair do convencional”, disse.

“Em pacientes idosos, a gente tem uma série de questões fisiológicas do envelhecimento — perda de massa óssea, fraqueza muscular, perda de equilíbrio, a própria questão auditiva, visual. Mas isso não é patológico, isso é natural, então faz parte. Na gameterapia, a gente estimula a força muscular quando tem que levantar o braço, quando tem que jogar uma bola. Então todas as funções e recursos que a gente tem na fisioterapia, com outros aparelhos, a gente pode acoplar isso na gameterapia. A gameterapia dá isso para a gente e de forma lúdica, que é o mais importante, e de forma divertida”, descreveu Vanessa.

“Eu não conseguia pegar nada ou me mexer. Agora eu já me abaixo, já pego, eu subo e desço um lance de escada. Eu quero melhorar minha qualidade de vida para poder também curtir um pouco com as minhas amigas. A gente senta, dá risada, conversa... Isso é muito bom”, relatou Dona Marta.

Quem também foi indicado para fazer gameterapia é o Aloysio Moreira Netto, de 85 anos.

“Na primeira vez eu vim de bengala, saí daqui sem usar bengala!”, afirmou. “Na minha idade, vídeo era um fantasma. Agora, sempre vou pedindo vídeo! É mais prático, mais desenvolto”, elogiou.

Os pedidos para continuar praticando gameterapia são muitos, segundo Maria Eduarda Carvalho da Silva, aluna da Veiga.

“Eles chegam relatando que foi muito boa a sessão do dia anterior. ‘Ah, vamos repetir, vamos lá no jogo?’, ‘Quero jogar, quero brincar’. E quando não tem isso, eles ficam bem cabisbaixos”, contou.

“Eles ganham a independência funcional deles, não ficam precisando de alguém para estar do lado. Conseguem fazer tudo sozinhos”, emendou.

O Centro de Saúde e Pesquisa da Universidade Veiga de Almeida fica na Praça da Bandeira 149.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!