Rio de Agora — Foto: Divulgação
Quando desce o morro Pavão-Pavãozinho antes do primeiro raiar do sol, no Rio de Janeiro, José Manoel Pereira dos Santos, 64 anos, não caminha apenas em direção a um dos principais cartões postais do mundo. Para ele, os passos rumo ao posto 6 da Praia de Copacabana levam a um lugar sagrado que merece cuidado e respeito.
Naquele trecho da praia, um cantinho colado ao Forte de Copacabana, também fica a Colônia de Pescadores Z13, lugar que fez seu Manoel deixar a pacata Praia de Pontal de Maceió, pertinho de Aracati (CE), onde nasceu. Em visita ao Rio, em 1993, ao bater os olhos na Princesinha do Mar, ele ficou encantado. O coração traçou o destino.
“Quando cheguei em Copacabana, várias coisas me deixaram emocionado. Fiquei deslumbrado”, recorda.
Pescador como o pai, o cearense trouxe a família e já se estabeleceu com a certeza de que a Colônia Z13 seria seu reduto. Não deu outra. Passou a fazer parte, arrastou os filhos Esdras, 37 anos, e Manasi, 34, também pescadores (ele ainda tem uma menina), e hoje preside a instituição que preza pela pesca sustentável e artesanal há mais de 100 anos.
“Tem toda uma resistência desses trabalhadores que continuam com barco pequeno, usando um pequeno espaço da costa. Nossa história é uma história de resistência, procurando alimento para si e para a população”, afirma, explicando que os peixes frescos são comercializados ali mesmo.
Rio de Agora — Foto: Divulgação
Não são poucos os desafios enfrentados por cerca de 500 pescadores da Colônia que atuam da Urca ao Pontal, incluindo as lagoas de Jacarepaguá e Rodrigo de Freiras - área correspondente à Z13. Dias úteis, finais de semana ou feriados, lá estão eles, dispostos a lançar suas redes em busca de pescados e frutos do mar frescos e de qualidade.
Seu Manoel sabe que horas a jornada começa, nunca que horas ela termina. Quando chega cedo e tudo está relativamente calmo, num bairro que sabe ser barulhento, é hora de contemplar a vista, avaliar o mar e lembrar da lição deixada pelo pai, já falecido, e compartilhada com todos: o “maior gigante do planeta” precisa ser respeitado.
“Somo um bebezinho lidando com esse gigante. Temos que saber que estamos buscando nossa sobrevivência de um lugar que devemos manter todo respeito e cuidado”, afirma.
Rio de Agora — Foto: Divulgação
O conselho de pescador também é um desejo. Ele sonha com o dia em que todas as pessoas tenham esse olhar e cuidem dos mares, rios e lagoas - e de tudo que envolve o meio ambiente. Seu Manoel e os companheiros procuram fazer a parte deles, dentro e fora do mar.
Exercer empatia, respeito e cuidado pelo ambiente em que vivemos é justamente o chamado da Águas do Rio na campanha Rio de Agora, uma convocação para toda a sociedade.
Assim como a turma da Colônia Z13, a Águas do Rio também atua para fazer um Rio melhor para todo mundo. A empresa é responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios do estado do Rio de Janeiro, incluindo 124 bairros da capital.
Ações de limpeza, fiscalização e monitoramento
Águas do Rio realizou limpeza do Interceptor Oceânico, em Copacabana — Foto: Rio de Agora
Um dos bairros atendidos, Copacabana tem sentido esse cuidado desde que a concessionária passou a atuar, em 2021. A limpeza do Interceptor Oceânico, um “túnel” gigante que passa embaixo da Avenida Atlântica (são 9km de extensão), tem garantido que ele exerça a função plena e todo o sistema trabalhe melhor.
Quase 3 mil toneladas de resíduos já foram retirados do interceptor, que funciona como um cinturão de proteção da praia, evitando que contribuições irregulares de esgoto na rede de drenagem pluvial e até mesmo água de chuva com sujeira de asfalto ou das calçadas cheguem à areia ou ao mar.
Pertinho da Colônia Z13, na altura do Posto 5, a Águas do Rio investiu na revitalização da Elevatória Parafuso. O local, que durante décadas sofreu com o forte cheiro, foi reformado e ganhou um novo tratamento de odores.
As fiscalizações de ligações irregulares de esgoto nas redes de drenagem da água da chuva também têm feito a diferença para o bairro: até aqui, elas evitaram que aproximadamente 35 piscinas olímpicas por mês de esgoto (30 litros por segundo) fossem destinadas para as galerias pluviais.
Fiscalização de esgoto irregular em Copacabana — Foto: Rio de Agora
Já a areia da praia é monitorada a partir de exames quinzenais em 24 pontos da capital, três deles em Copacabana, num convênio assinado com a prefeitura com o objetivo de colaborar com o Poder Público e beneficiar a população.
O chamado é para que cada cidadão também faça sua parte para cuidar dessa casa chamada Rio de Janeiro. Assim, toda a cidade ganha.