Por G1 Rio


Valber Frutuoso acompanhado de Neguinho da Beija-flor e Ito Melodia, intérprete da União da Ilha — Foto: Reprodução/ Redes sociais

A Beija-flor de Nilópolis divulgou na noite de quinta-feira (1º) o nome de seu novo diretor geral de harmonia. Valber Frutuoso ocupará o lugar que até o carnaval desse ano era ocupado por Luiz Fernando do Carmo, conhecido como Laíla.

Valber é filho de um dos fundadores do bloco Cacique de Anos, um dos mais conhecidos do Rio de Janeiro. Ele começou como passista aos 15 anos e atua como diretor de harmonia há mais de 30, com passagens pela União da Ilha e Grande Rio.

Laíla, o antecessor de Valber, começou sua carreira no Salgueiro quando, em 1975, foi para a Beija-Flor acompanhado pelo carnavalesco Joãosinho Trinta, mas chegou a trabalhar também na Unidos da Tijuca, Vila Isabel e Grande Rio. Ele voltou para a escola de NIlópolis em 1995, quando ajudou a agremiação a conquistar oito títulos, incluindo um tricampeonato em 2003, 2004 e 2005 e um bicampeonato em 2007 e 2008. Ele era uma das figuras mais conhecidas da escola.

Laíla se emociona com título da Beija-Flor no Carnaval 2018

Laíla se emociona com título da Beija-Flor no Carnaval 2018

Divisões internas

Em entrevista ao G1 na apuração das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, Laíla desabafou sobre problemas internos na escola. “Deus sabe como foi. De repente meu patrono não sabe da metade”, desabafou. (Veja o vídeo)

Ele contou que os problemas excederam a questão da crise no financiamento do carnaval na Sapucaí. “Não foi crise não. Foi problema dentro da própria escola, com divisões. As pessoas não sabem, eu fui tolido de algumas coisas mas está tudo bem. Eu briguei em torno da minha comunidade”, explicou Laíla.

Carro alegórico da Beija-Flor usa figura do rato para criticar ambição e ganância — Foto: Alexandre Durão/G1

Campeã

A Beija-Flor de Nilópolis foi a grande campeã do carnaval 2018 do Rio. A escola fez um paralelo entre o romance "Frankenstein” e as mazelas sociais brasileiras. Corrupção, desigualdade, violência e intolerâncias de gênero, racial, religiosa e até esportiva formaram o cenário de "Brasil monstruoso".

A Beija-Flor tem agora 14 títulos no Grupo Especial do Rio, atrás apenas de Portela e Mangueira no total de vitórias.

Cantado por Neguinho da Beija-Flor, o samba-enredo “Monstro é aquele que não sabe amar (Os filhos abandonados da pátria que os pariu)” foi cantado em coro pelo público da Sapucaí, que ao final do desfile ocupou a avenida, seguindo a escola.

O desfile foi todo de metáforas de terror sobre o Brasil. A escola levou para a avenida a "ala dos roedores dos cofres públicos" e a dos "lobos em pele de cordeiro", em referência aos políticos. A corrupção na Petrobras foi lembrada em fantasias com barris de petróleo na cabeça e em um carro que retratava o edifício sede da empresa, atrás de um grande rato. Violência, poluição, impostos excessivos, sistema de saúde ruim e crianças carentes também lembraram o "terror brasileiro".

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