Após mais de três horas de reunião no fim da tarde desta segunda-feira (18), decanos e diretores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram que as atividades voltarão à normalidade nesta quarta-feira (20).
Logo no início da reunião, o reitor Carlos Levi anunciou que, de manhã, em audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), um representante da empresa Qualitécnica firmou o compromisso de efetuar o pagamento referente ao mês de abril a todos os trabalhadores que prestam serviço à UFRJ. Os salários devidos estarão na conta deles nesta terça (19), informou ao reitor.
Em nota, a UFRJ informou que "sem prejuízo de outras iniciativas patrocinadas pelo MPT haverá, ainda na sexta 22), nova audiência para verificar instrumentos que habilitem a UFRJ a efetuar o pagamento dos trabalhadores no caso de novos atrasos".
Nesta segunda, várias faculdades não abriram porque os funcionários da limpeza estão em greve. Alunos ocuparam o Salão Nobre na quinta-feira (14), em apoio aos trabalhadores terceirizados da UFRJ. Representantes dos alunos informaram que ainda na noite de segunda fazem uma assembleia para analisar a decisão da reitoria e decidir se mant~em ou não a ocupação.
“Eles estão vindo trabalhar sem dinheiro. Eles estão pagando por trabalhar. Então a gente não pode ver essa situação e não se posicionar”, disse Muana Martins, diretora do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Por causa da falta de pagamento das empresas, há lixo espalhado pelos corredores e os banheiros estão sujos.
Na sexta-feira (15), a Reitoria recomendou a suspensão das aulas, mas deu autonomia para cada departamento decidir se manteria ou não as atividades.
Na faculdade de Letras não teve aula. Mas no Centro de Tecnologia as atividades foram mantidas na maioria dos cursos. A Qualitécnica é a empresa que reúne o maior número de terceirizados da limpeza da UFRJ.
Na manhã desta segunda, funcionários se reuniram em frente à reitoria.
“Tem muita gente aí que tem filho, tem aluguel para pagar. Desde dezembro. As pessoas entendem um mês ou dois, mas cinco meses, quem vai entender isso?”, perguntou Karina Grunwald, funcionária da Qualitécnica.
À tarde, alguns funcionários da Qualitécnica receberam uma mensagem pelo celular dizendo que o dinheiro atrasado será depositado na terça (19) e que eles devem voltar ao trabalho. Todos disseram que os salários estão atrasados há seis meses e muitos não têm dinheiro para a passagem para trabalhar nesta terça. Quem não for, vai levar falta, dizia a mensagem.