A Câmara Municipal do Rio anunciou, às 14h30 desta quinta-feira (26), que foi suspensa a sessão extraordinária que voltaria o Plano de Cargos e Salários da categoria, assinado pelo prefeito Eduardo Paes na quarta (24). Os profissionais de educação que entraram no prédio, na Cinelândia, no Centro, dizem que não vão sair enquanto o projeto de Paes não for retirado da pauta. A próxima sessão extraordinária está marcada para a terça-feira (1º).
"Não vamos nos retirar enquanto não retirarem o plano do Eduardo Paes. Não vamos sair da Câmara enquanto a categoria não for ouvida", disse um dos representantes dos profissionais de educação. Os professores permanecem na Câmara.
A sessão estava inicialmente marcada para começar às 14h30. Desde cedo os professores fazem um protesto em frente à Câmara e exigem apresentação de crachá das pessoas que queriam acompanhar a sessão, embora a PM tenha feito um cordão de isolamento para garantir o livre acesso ao prédio.
Ao todo, foram distribuídas 70 senhas para os professores acompanharem a sessão, mas o sindicato que representa a categoria afirma que nenhuma foi recebida por eles. Em contrapartida, os manifestantes fizeram uma espécie de "corredor polonês" para barra a entrada no local.
No novo plano, está previsto gratificação de acordo com a formação. As medidas vão atingir 43 mil profissionais de educação ativos e inativos e terão impacto de R$ 3 bilhões em 5 anos. Neste período, o reajuste salarial dos professores poderá chegar até 60%.
Proposta do Sepe recusada
Segundo o prefeito, as emendas equiparam a remuneração de professores com a mesma formação e que exercem a mesma função. A proposta feita pelo Sindicato dos Professores (Sepe) foi rejeitada e considerada "inviável".
"Pela proposta do sindicato, o professor se aposentaria ganhando R$ 130 mil. Eu concordo que o professor merece ganhar bem, mas tem que ser um salário que a prefeitura possa pagar", disse Paes, na quarta (24).
Os profissionais de Educação representam 60% dos servidores municipais.
Corte de ponto
Ainda na quarta-feira (25), o Tribunal de Justiça do Rio derrubou a liminar concedida ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação que impedia o corte dos dias parados e outras penalidades com a greve dos professores do município. Com a decisão da desembargadora Geórgia de Carvalho Lima, o município pode descontar os dias não trabalhados pelos grevistas.
O prefeito Eduardo Paes afirmou que ainda vai avaliar se cortará ou não o ponto dos grevistas.