18/06/2013 11h51 - Atualizado em 18/06/2013 19h01

Feridos durante protesto no Centro do Rio continuam internados

Uma vítima foi baleada no abdômen e passou por cirurgia.
Ao todo, 13 integrantes de grupo radical foram presos.

Do G1 Rio

Três pessoas feridas durante o protesto que reuniu cerca de 100 mil pessoas no Centro do Rio nesta segunda-feira (17) continuavam internadas na noite desta terça-feira (18). No total, oito manifestantes ficaram feridos, mas cinco haviam recebido alta até as 19h. O último a ser liberado pelos médicos foi Leonardo da Mata, que estava internado no Hospital Souza Aguiar, após levar um tiro de bala de borracha na coxa.

Uma das vítimas, cuja família não permitiu a divulgação de sua identidade, foi baleada na barriga, passou por uma cirurgia e tinha estado de saúde estável, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Além dele, Gleison de Oliveira estava internado no Hospital Souza Aguiar com fraturas na perna. Outras oito pessoas foram liberadas durante a madrugada.

Já Bruno Alves dos Santos estava em observação, com estado de saúde estável e sem previsão de alta no Hospital Federal do Andaraí, de acordo com o Ministério da Saúde. Policiais militares também ficaram feridos durante o ato, mas, até as 11h30, a assessoria da PM não havia informado quantos permeneciam internados.

13 presos
O protesto pacífico que reuniu cerca de 100 mil pessoas no Centro do Rio nesta segunda-feira (17) terminou com um grupo de radicais destruindo prédios públicos e privados e agredindo policiais militares. Ao todo, 13 pessoas foram presas em flagrante e encaminhada para a 5ª DP (Mem de Sá).

Por volta de 10h, três delas continuavam na delegacia, enquanto as outras pagaram fianças entre R$ 700 e R$ 3 mil e assinaram um termo de fiança para serem liberadas. Eles vão responder por formação de quadrilha, furto e receptação. Com o grupo, os policiais encontraram pedras, máscaras, estiletes, uma garrafa de álcool gel e uma mala com mercadorias roubadas, incluindo 13 pares de chinelos.

Protesto pacífico
Após quase sete horas de manifestação, o Batalhão de Choque da Polícia Militar encerrou o ato contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro, por volta das 23h45 desta segunda. O protesto começou pacífico, mas um pequeno grupo protagonizou atos de vandalismo, transformando o Centro da cidade num verdadeiro cenário de guerra. Sete pessoas foram baleadas com armas de fogo. Pouco antes de 1h, a Polícia Civil iniciou a perícia no prédio da Alerj.

 Um grupo menor com camisetas amarradas no rosto ateou fogo e depredou prédios históricos, como o Paço Imperial e a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Pelo menos 28 pessoas, entre manifestantes e policiais, ficaram feridas. Durante o tumulto, cerca de 80 PMs se refugiaram no prédio da Alerj. O grupo saiu apenas com a chegada do Batalhão de Choque. Uma tropa da PM vai reforçar a segurança do prédio durante a madrugada.

A prefeitura do Rio informou que "considera legítimo o direito de as pessoas protestarem contra o que não acham correto no governo". E afirmou ainda "que está disposta a dialogar com os manifestantes, mas que nenhuma liderança do movimento havia se apresentado para negociar." O governo do estado informou que não vai se manifestar.

Os sete baleados por arma de fogo foram levados para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Duas das vítimas foram identificadas como Leonardo Costa da Silva, liberado com outros sete durante a madrugada, e Leandro Silva dos Santos, que foi atingido por bala de borracha na perna e seguia em observação de manhã, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Uma terceira vítima de um projétil foi atingido no abdômen e seu estado de saúde inspirava cuidados, por volta de 10h desta segunda. Ele não teve a identificação autorizada pela família. Já Gleison de Oliveira teve fraturas e foi encaminhado ao setor de ortopedia.

A estudante de Ciências Sociais, Júlia Vieira, de 19 anos, criticou a atitude dos manifestantes. 'Não é destruindo a cidade que a gente ama que vai conseguir alguma coisa. A gente quer mudança na política. Essas pessoas não nos representam.'' (Foto: Priscilla Souza/G1)Júlia Vieira criticou a atitude do pequeno grupo
(Foto: Priscilla Souza/G1)

Críticas ao grupo violento
A estudante de Ciências Sociais, Júlia Vieira, de 19 anos, criticou a atitude do pequeno grupo de manifestantes que fez uso da violência. "Ontem, eu vi manifestantes feridos, mas hoje o que eu vi aqui foram policiais feridos. Não é destruindo a cidade que a gente ama, que vamos conseguir alguma coisa. A gente quer mudança na política. Essas pessoas não me representam. Quem me representa é quem quer o bem do Rio, sem violência", disse a jovem.

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Paulo Melo (PMDB) classificou como "ato de terrorismo" a invasão de manifestantes à sede da assembleia. "Uma baderna, uma bagunça. Quanto um ato agride ou coloca pessoas em risco, deixa de ser democracia para virar uma anarquia", declarou Melo.

Manifestante mascarado e enrolado em bandeira do Brasil participa de protesto no Centro do Rio (Foto:  Christophe Simon/AFP)Grupo de manifestantes radicais invadiu a sede da Alerj e atacou policiais, com pedras, cocos e até postes de rua (Foto: Christophe Simon/AFP)
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