23/10/2012 16h22 - Atualizado em 23/10/2012 21h15

Família vela três vítimas de acidente com ônibus da 1001 no RJ

Casal Edes e Lúcia da Silva e a mãe dela, Ilma, morreram no acidente.
Filho do casal, de14 anos, soube das mortes ao ter alta.

Carolina LaurianoDo G1 Rio

Familiares carregam os caixões de vítimas do acidente na Rio-Teresópolis (Foto: Carolina Lauriano / G1)Corpos foram enterrados por volta de 17h desta terça (23) (Foto: Carolina Lauriano / G1)

Os corpos do casal Edes Moraes da Silva e Lúcia Florido Turques da Silva, e também da mãe dela, Ilma da Silva Florido, três das 14 vítimas do grave acidente de ônibus na rodovia Rio-Teresópolis (BR-116), foram velados e enterrados no cemitério Vila Rosali, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na tarde desta terça-feira (23). Dezenas de familiares se dividem em três capelas. O filho mais novo do casal, Emerson Silva, de 14 anos, que também estava no ônibus, soube da morte dos pais quando teve alta, nesta terça.

Ele e o irmão mais velho, Edson, de 22 anos são consolados por parentes e amigos. Emerson ainda tem os curativos das escoriações sofridas.

Lúcia tinha 36 anos, Edes, 49, e Ilma, 62. Os dois primeiros estavam casados há 23 anos. Segundo a prima de Lúcia, Maria José Meireles, alem de visitar parentes eles também tinham ido levar donativos para um abrigo, o que costumavam fazer com frequência.

"Fiquei sabendo que o ônibus estava sem freio. Como esse ônibus pode fazer uma viagem dessa maneira?", questionou ela, que é professora e mora em Belford Roxo. "A Lúcia era muito alegre, para ela nunca tinha tempo ruim. Ela era boa, prestativa", contou Maria José.

Familiares e amigos acompanham a oração no velório de três vítimas do acidente na Rio-Teresópolis (Foto: Carolina Lauriano / G1)Familiares e amigos acompanham a oração no velório de três vítimas do acidente na Rio-Teresópolis (Foto: Carolina Lauriano / G1)

Pela manhã, um primo do casal, Sandro Henrique da Silva, de 36 anos, havia dito que a família ainda não tinha contado a Emerson sobre a morte dos pais dele. "Vamos ter que preparar ele”, afirmou Sandro, na ocasião. Segundo ele, a família tinha passado o final de semana em Itaperuna, no Norte do Estado, e voltava para casa em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando aconteceu o acidente que matou 14 pessoas.

De acordo com Sandro, a família ainda não pensa em quais medidas tomar a respeito do acidente. “Isso a gente não vai pensar agora, nós primeiro queremos consolar as outras pessoas”, afirmou.

Testemunhas contaram que o motorista do ônibus que saiu da cidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense do Rio, às 9h de segunda-feira (22), perdeu a direção do veículo e se chocou com um carro na contramão antes de cair na ribanceira.

Duas das vítimas enterradas nesta terça: Lúcia Florido Turques da Silva e sua mãe, Ilma da Silva Florido (Foto: Arquivo pessoal)Duas das vítimas enterradas nesta terça: Lúcia e sua mãe, Ilma (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo a 1001, o ônibus saiu de Itaperuna com 29 pessoas a bordo, mas, no momento do acidente, por volta de 14h30, 30 pessoas estavam no coletivo, já que houve paradas em outras cidades, como Miracema, Santo Antonio de Pádua, Pirapetinga e Além Paraíba. O destino do veículo era o Rio de Janeiro, com chegada prevista para 16h.

Doze horas depois do acidente, técnicos ainda trabalhavam na Rodovia Rio-Teresópolis para retirar o ônibus da ribanceira. O ônibus só foi retirado no final da madrugada desta terça-feira. A operação cuidadosa, que envolveu cerca de 40 pessoas, começou depois da remoção do último corpo, o do motorista Eduardo Fernandes, de 44 anos.

Confira a lista divulgada com os nomes dos 14 mortos identificados:
Charles Estelitta André
Edes Moraes da Silva
Eduardo Fernandes
Guiomar Pereira da Silva
Ilma da Silva Florido
José Neves Mota
José Severino da Silva
Jussara Nelon Magacho
Lúcia Florido Turques da Silva
Márcio Luis Ramos
Maria Aparecida Mota Neves
Osvaldo Wilson Dias da Costa
Uschi Kern
Zenalda Pereira Frades

Mapa da região do acidente com ônibus na Rio-Teresópolis (BR-116) (Foto: Editoria de Arte / G1)

Dez pessoas continuavam internadas por volta das 20h desta terça. Das vítimas, oito estavam no Hospital das Clínicas de Teresópolis. Outras duas estão internadas no Hospital Miguel Couto. 

Falha no freio
Peritos de Polícia Civil investigam se o ônibus, que caiu em uma ribanceira, teria perdido o freio antes do acidente. A falha técnica também é uma das hipóteses da causa do acidente, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A outra possibilidade é a de o motorista, que também morreu, ter passado mal.

A linha de investigação da PRF é baseada em relatos de testemunhas, que viram o ônibus, da empresa Auto Viação 1001, descer a serra na contramão, com o alerta ligado.

Ônibus que saiu de Itaperuna tomba na Rio-Teresópolis e deixa mortos (Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo)Frente do ônibus destruiído entre as árvores (Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo)

Segundo peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, o tacógrafo, que registra a velocidade do ônibus, marcava 80 km/h. A velocidade máxima permitida é de 60 km/h. A polícia também afirmou que não há marcas de freio.

O ônibus passará por uma perícia mais aprofundada. O caso foi registrado na 67ª DP (Guapimirim).

A 1001 informou que faz manutenção constante nos veículos e que vai investigar se o veículo acidentado havia tido o freio inspecionado recentemente. A companhia disponibilizou para os parentes das vítimas os telefones 0800 941 3334, (11) 5060-5610 e (11) 5069-1177 para informações sobre o estado de saúde dos internados.

Segundo a assessoria da BR-040, não há indícios de outro veículo envolvido no acidente (Foto: Reprodução / TV Globo)Segundo a assessoria da BR-116, não há indícios de outro veículo envolvido no acidente (Foto: Reprodução / TV Globo)

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