Por G1 PR


Consumidores formam filas em postos de combustíveis

Consumidores formam filas em postos de combustíveis

O Paraná fechou o 6º dia de paralisação dos caminhoneiros com 251 pontos de protesto em rodovias estaduais e federais - nenhum com interdição total. O desabastecimento de diversos produtos aumentou, assim como as filas em busca de combustível, escasso em todo o estado.

Os caminhoneiros protestam contra o aumento do diesel, e a mobilização é nacional. O G1 Paraná acompanhou, em tempo real, os desdobramentos da paralisação neste sábado (26).

Fila de veículos para abastecer em posto próximo em posto próximo à Refinaria do Paraná

Fila de veículos para abastecer em posto próximo em posto próximo à Refinaria do Paraná

Motoristas encararam horas a fio de espera em busca de gasolina ou etanol. No oeste do Paraná, quem mora perto da fronteira, foi ao Paraguai abastecer - mas não escapou das filas. No posto mais perto da fronteira, a gasolina era vendida a R$ 2,98.

Fila de veículos brasileiros em posto de Ciudad del Este, no Paraguai, neste sábado (26) — Foto: Raphaela Potter/RPC

Em Medianeira, também no oeste do estado, um homem de 31 anos foi preso neste sábado suspeito de vender ilegalmente combustível. De acordo com a Polícia Militar (PM), ele confessou que venderia a gasolina por R$ 5 o litro.

Motorista aproveitou para almoçar enquanto aguardava para abastecer em Maringá — Foto: William Souza/RPC

Também foram registradas diversas manifestações pelo estado em apoio à paralisação dos caminhoneiros neste sábado - não apenas em rodovias. Em Curitiba, os manifestantes foram até a Boca Maldita.

Manifestantes protestam na Boca Maldita, na tarde deste sábado (26), em Curitiba — Foto: Amanda Menezes/RPC

Rodovias

Por volta das 11h30, houve a divulgação do último boletim de pontos de protestos nas rodovias federais no Paraná. Eram 86 pontos de manifestações, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Na madrugada, a PRF fez uma escolta de quatro caminhões-tanque com combustível para aviação. O comboio saiu de Araucária até o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais.

Há 86 pontos de protestos dos caminhoneiros nas estradas federais do Paraná na manhã deste sábado (26) — Foto: PRF/Divulgação

Nas estradas estaduais, são 165 locais com protestos, conforme a Polícia Rodoviária Estadual. O balanço da PRE foi atualizado às 9h40.

Abastecimento de alimentos

As cinco Ceasas do Paraná (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu) comercializaram apenas 10% do previsto neste sábado.

Cargas de frutas, verduras e legumes e compradores não estão conseguindo chegar até as centrais de abastecimentos devido as centenas de manifestações de caminhoneiros pelas estradas do país.

Em Curitiba, por exemplo, a média de movimentação de mercadorias no sábado é de 1.150 toneladas de alimentos. Neste sábado, a movimentação foi de 10% desse total.

Entre 30 ou 40 produtores conseguiram chegar no local para vender os produtos. Normalmente, a Ceasa em Curitiba recebe de 250 a 300 produtores.

Em Maringá e Londrina, no norte do estado, e em Cascavel, no oeste, as centrais fecharam mais cedo porque estavam sem movimento, cerca de 30 a 40 produtores estiverem nos locais pela manhã.

A média de movimentação diária é de 1.200 a 1.500 toneladas. Em Cascavel, a média diária é de 70 a 80 toneladas.

Em Foz do Iguaçu, poucos produtores locais estão conseguindo chegar na Ceasa. Com isso, há pouca oferta de produtos.

A central técnica informou que a falta de alimentos está prejudicando também os compradores do Paraguai, que frequentam a Ceasa em Foz diariamente. A Central em Foz comercializa, em média, 200 toneladas de alimentos por dia.

A central técnica informou que se a paralisação persistir, as centrais podem ficar desabastecidas na segunda-feira (28).

Transporte público

A frota de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana funcionou normalmente. Em Londrina, no norte do Paraná, um caminhão carregado com combustível chegou até uma das empresas de ônibus e, com isso, o sistema foi normalizado.

Passageiros esperando por ônibus em terminal de Londrina na manhã deste sábado (26) — Foto: Alberto D'angele/RPC

Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, está sem transporte público neste sábado. De 80 mil a 100 mil pessoas utilizam o transporte público diariamente. O município tem 101 linhas de ônibus. Não há previsão de quando a frota vai voltar a circular.

Em Maringá, a Secretaria de Mobilidade informou que dez linhas não vão funcionar no domingo (27) por falta de estoque de combustível. Neste sábado (26), todos os ônibus ainda circulam normalmente.

No noroeste do estado, em Umuarama, as linhas estão circulando com ônibus a menos, o que aumenta o tempo de espera para os passageiros.

Em Cascavel, os ônibus circulam neste sábado das 6h às 8h30 e das 11h30 às 14h. No domingo, nenhum ônibus vai circular e, a partir de segunda-feira, o transporte volta a operar das 6h às 8h30, 11h30 às 14h, e das 17h às 19h.

E em Foz do Iguaçu, as linhas estão funcionando com horários reduzidos. No sábado e no domingo, os ônibus vão funcionar das 5h às 7h30, 17h às 19h30, e 23h até 0h30. Na segunda-feira, das 5h às 7h30, 11h às 13h, 17h às 19h30 e 23h às 0h30.

Em Guarapuava, as linhas funcionaram neste sábado até as 20h, e no domingo (27) vão até as 18h.

Transporte público será interrompido durante a noite de hoje em Guarapuava

Transporte público será interrompido durante a noite de hoje em Guarapuava

Aeroportos

Os aeroportos do Paraná estão operando normalmente neste sábado (26). Todos os terminais, Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Maringá, estão com combustíveis.

Gás de cozinha

As revendedoras de gás estão com estoques vazios. Segundo a Abragás, o desabastecimento do produto no país chega a 90%. No Paraná, não há mais o produto em nenhum local.

Supermercados

Supermercados das regiões norte, noroeste e dos Campos Gerais não estão conseguindo repor legumes, verduras, frutas, carnes bovinas e frango nas gôndolas.

A Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) informou que o estado possui cerca de 4.500 lojas e dificilmente haverá falta grave de produtos. Os efeitos estão sendo sentidos em alguns produtos perecíveis.

Mapa do reflexo da paralisação dos caminhoneiros por região no Paraná — Foto: Letícia Cesar/RPC

Educação

A falta de combustíveis e de merenda escolar já prejudica a rede municipal de ensino. As prefeituras de Marialva, Maringá, Londrina, Toledo, Guarapuava, Ponta Grossa e Umuarama anunciaram a suspensão das aulas das escolas municipais.

Em Londrina, o Núcleo Regional de Educação também suspendeu as aulas de colégios estaduais de 18 municípios da região.

Universidades e faculdades particulares também suspenderam as atividades. É o caso da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade do Norte do Paraná (UENP), o campus da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) em Paranavaí, Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Hospitais

O hospital do Câncer Uopeccan informou que as cirurgias eletivas serão suspensas a partir de segunda-feira (28).

Em Londrina, as cirurgias eletivas foram suspensas nos hospitais Santa Casa, Evangélico, Universitário e da Zona Norte. Em Cambé, o hospital também não vai realizar cirurgias eletivas.

Em Francisco Beltrão e em Pato Branco, no sudoeste, clínicas de tratamento renal tiveram de reduzir o tempo de hemodiálise dos pacientes. A medida é para economizar medicamentos.

Os hospitais de Ponta Grossa atendem apenas situações emergenciais.

Na Santa Casa de Maringá a direção do hospital anunciou que a oferta de refeição para os funcionários está suspensa. No Hospital Universitário, há oferta de refeições para os pacientes para os próximos dez dias, mas isso porque o Restaurante Universitário vai ficar fechado em função da suspensão das aulas na UEM por tempo indeterminado.

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