Tânia Djanira Melo Becker de Lorena foi presa em Marilândia do Sul — Foto: Polícia Militar do Paraná
A investigação contra Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, de 59 anos, presa no sábado (11) após 17 anos foragida, mostra as tentativas da Polícia Civil (PC-PR), do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e da Justiça em tentar localizar ela ao longo dos anos. Veja detalhes abaixo.
Tânia é acusada de matar a própria filha, Andréa Rosa de Lorena, para tentar ficar com a guarda do neto.
O crime aconteceu em fevereiro de 2007, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo a denúncia do MP, Andréa foi morta por asfixia após um almoço com a mãe e o padrasto, Everson Luís Cilian, de 54 anos, que também está preso.
Tânia foi presa em Marilândia do Sul, no norte do Paraná. De acordo com o relatório da Polícia Militar (PM), ela estava usando um nome falso, se apresentando como Lurdes.
A acusada foi presa dois dias após a exibição do programa Linha Direta, da TV Globo, que apresentou o caso e incentivou denúncias contra ela. A história pode ser conferida no Globoplay.
Mulher acusada de matar a filha para ficar com guarda do neto é presa 17 anos após o crime
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Como Tânia tinha um mandado de prisão em aberto, ela foi detida e encaminhada para o sistema prisional da regional de Londrina. Segundo a Polícia Civil do Paraná, por conta do mandado, ela não prestou depoimento e foi levada direto à cadeia, onde fica à disposição da Justiça.
A defesa dela alegou inocência e explicou que "o tempo e o processo irão revelar a verdade dos fatos".
Em nota, a advogada Taís de Sá, que representa o viúvo de Andréa, Juliano Saldanha, disse que a prisão de Tânia foi recebida com alívio pela família da vítima.
Acusada de matar filha foi presa 17 anos depois do crime — Foto: Arte/g1
Procurada
Tânia Djanira Melo Becker de Lorena antes do assassinato da filha — Foto: Reprodução/Linha Direta
A investigação contra Tânia mostra que ela sumiu logo após a morte da filha.
No inquérito policial, concluído em outubro de 2007, a Polícia Civil disse que "fez vários contatos com parentes e vizinhos de Tânia, todavia, ninguém a havia visto".
Depois que a Justiça determinou a prisão preventiva dela, a polícia afirmou ter feito diligências, mas "não teve êxito em encontrar os foragidos".
Durante o processo, a Justiça acionou empresas de telefonia, água e luz para tentar localizar alguma informação sobre o paradeiro de Tânia, mas nenhum detalhe foi encontrado.
O processo contra Tânia e Everson
Mesmo foragida, Tânia foi denunciada pelo Ministério Público em dezembro de 2007 por homicídio triplamente qualificado.
A denúncia foi aceita pela Justiça no mesmo ano. Como ela estava foragida, o processo ficou suspenso.
Everson Luís Cilian, com quem Tânia era casada, foi denunciado na mesma ocasião. O g1 apurou que ele foi preso em 2022 e virou réu pelo assassinato em 2023.
Everson vai a júri popular
Conforme o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Everson Cilian vai a júri popular na próxima quarta-feira (15), no fórum de Campina Grande do Sul, cidade da Grande Curitiba onde o processo dele e de Tânia tramitam.
Em nota, o advogado Maurício Baldassarre, que defende Everson, disse que acredita na inocência do cliente.
"Acreditamos em sua inocência, e sua tese de defesa será abordada em momento oportuno dentro do processo. Reitero o compromisso da nossa equipe em garantir uma defesa robusta e justa para o nosso cliente. Estamos confiantes na integridade do processo judicial e esperamos que a justiça seja feita dentro do estabelecido pelo ordenamento jurídico brasileiro."
O caso
Andréa Rosa de Lorena foi morta em fevereiro de 2007 em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba — Foto: Arquivo da família
Andréa de Lorena foi morta em 12 de fevereiro de 2007. Ela deixou dois filhos: um menino e uma menina.
Conforme a denúncia, após um almoço de família na casa da vítima, os acusados usaram um fio elétrico para enforcar Andréa até ela parar de respirar. Depois, colocaram o corpo dela embaixo da cama, que só foi localizado dois dias após a morte.
Segundo o MP apurou, antes do crime, Tânia e Everson pediam a guarda da criança na Justiça depois de terem passado um tempo cuidando do menino enquanto a mãe se recuperava de um acidente de motocicleta.
No processo que investigou o caso, a Justiça considerou declarações de testemunhas que acompanhavam a disputa de Tânia pela guarda do filho de Andréa.
Um dos depoimentos no processo é o da pai da vítima, ex-marido de Tânia. Ele relatou que soube de ameaças da ex-esposa à filha.
Relatou, também, que quando Tânia cuidava da criança, Andréa e o então marido, Juliano Saldanha, precisaram pegar a criança à força.
O homem, apesar de não ser pai biológico do menino, ajudou a esposa a reaver o filho, de acordo com o processo.
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