17/12/2014 19h17 - Atualizado em 17/12/2014 19h48

Justiça determina intervenção no Hospital Evangélico do Paraná

Decisão da Justiça do Trabalho foi tomada nesta quarta-feira (17).
Segundo a sentença, administração descumpriu acordo de pagamentos.

Fernando CastroDo G1 PR

Funcionário se encontraram às 11h30 deste domingo (24) (Foto: Fernando Castro/ G1 PR)Funcionários do Hospital Evangélico fizeram várias
greves (Foto: Fernando Castro/ G1 PR)

A Justiça do Trabalho no Paraná decretou nesta quarta-feira (17) uma intervenção judicial no Hospital Evangélico de Curitiba e na Faculdade Evangélica do Paraná. A decisão, assinada pelo juiz Eduardo Milléo Baracat, indicou como interventor o médico Fabrício Carcardo Hito, que atualmente é diretor do Hospital Ipiranga, em São Paulo.

A intervenção foi requerida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que justificou o pedido com base no descumprimento de pagamentos de salários no prazo legal, recolhimentos de FGTS e indenizações a empregados. Segundo o MPT, a Sociedade Beneficente Evangélica (SEB), responsável pela administração do hospital e da faculdade, descumpriu acordo em que havia se comprometido a cumprir estas e outras obrigações com os trabalhadores.

Ainda conforme o MPT, tramitam atualmente mais de 1,3 mil processos trabalhistas contra a SEB – sendo diversos deles por descumprimentos de acordos judiciais.

Na sentença, o juiz afirma que a SEB alegou de forma recorrente que a inadimplência era fruto de atrasos nos repasses de verbas públicas do SUS – geridas pelo município de Curitiba. Acrescenta, no entanto, que estudo apresentado pelo MPT mostra que existem pelo menos 250 empregados desnecessários na estrutura do hospital, como capelães, por exemplo.

“Parece muito claro que o problema dos sucessivos inadimplementos trabalhistas é de gestão do Hospital, seja por disputas internas, seja simplesmente por má-gestão, o que necessita de urgente providência, por parte da Justiça do trabalho, a fim de permitir sua reestruturação administrativa e financeira, com vistas a quitação de seus débitos trabalhistas”, conclui o juiz.

Com a decisão, a SEB e seus representantes ficam afastados de qualquer participação na gestão do Hospital Evangélico e da Faculdade Evangélica. A intervenção não se estende a outras instituições do grupo. O interventor tem 30 dias para apresentar um plano de gestão para o saneamento administrativo e financeiro das duas instituições.

Em nota, a SEB informou que o interventor já assumiu nesta quarta a direção-geral do hospital e da faculdade. Ele deve se reunir com o corpo diretivo para tomar conhecimento da situação e decidir as medidas que deverá tomar. Segundo a assessoria do hospital, Fabrício Cascardo Hito já havia sido contratado justamente para ser o novo diretor-geral do hospital, e que a contratação estava em processo de efetivação. Ou seja, ele assumiria as duas funções independentemente da intervenção.

Ainda de acordo com a nota, a mudança não afeta o funcionamento do Hospital Evangélico e nem o atendimento oferecido à população.