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Por g1 PR e Caminhos do Campo


E se as flores durassem mais?

E se as flores durassem mais?

O foco do estudo de Débora Perdigão Tejo, doutoranda do programa de pós-graduação em agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), são as flores, ou melhor, a durabilidade delas.

Pensando em facilitar a comercialização deste produto extremamente delicado e que requer muitos cuidados, a pesquisadora desenvolveu um estudo que visa aumentar o tempo de prateleira a partir de nanotecnologia - técnica que não se pode ver a olho nu.

Débora adotou a nanotecnologia associada ao uso de óleo essencial de hortelã pimenta e testou nanocápsulas capazes de aumentarem a durabilidade de rosas.

"Ela libera gradativamente, então o produtor aplicaria na colheita e esse produto faria efeito por alguns dias”, explica.

A partir das nanocápsulas, é possível fazer com que rosas mantenham sua beleza por até dez dias — Foto: Vale das Flores/ Reprodução

Durante a fase de testes, o estudo comparou rosas com tratamentos distintos de borrifação.

As que só receberam água estavam desfiguradas no quinto dia. As que receberam óleo essencial diretamente na flor, sem uso de nanocápsulas, ficaram com pétalas queimadas. O grupo de flores que foram borrifadas com nanocápsulas de hortelã pimenta ainda tinha boa aparência com dez dias.

Ou seja, o teste revelou o resultado que a pesquisadora esperava.

“A gente conseguiu prolongar de cinco a dez dias a durabilidade dessas flores com relação à dose que a gente aplicou. Os produtores podem aplicar assim que eles colherem da planta matriz, porque o custo seria menor para ele, com acesso em grande escala, do que para o consumidor final”, explica ela.

Aumentando a longevidade das astromélias

O pesquisador Gabriel Cruz Barata escolheu as astromélias como objeto de estudo – flores ainda mais delicadas do que as rosas. “Como a rosa é um botão, tem toda uma estrutura. Já as pétalas da astromélia são um pouco mais sensíveis ao toque”, explica.

Diferente de Débora, a técnica do estudante de mestrado é o ácido ascórbico - um antioxidante conhecido como vitamina C. Como comprovado por Gabriel, o produto diluído na água retarda o escurecimento das pétalas e das folhas.

O experimento ainda busca determinar a quantidade de ácido ascórbico que deve ser dissolvida na água.

“Em pré-teste a gente conseguiu incremento de três a quatro dias para a escala comercial. Até a planta ir para a casa da pessoa e se manter a gente conseguiu dez dias. Então é um incremento grande”, conta.

As duas pesquisas serão publicadas em revistas científicas em breve e depois é aguardar o interesse dos produtores de flores.

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