volta das 17h (Foto: Divulgação/Araupel)
Funcionários da Araupel e integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, entraram em conflito nesta quarta-feira (4). Os empregados bloquearam um dos acessos às estufas de mudas que também é uma das entradas do assentamento. A Polícia Militar (PM) esteve no local e, após negociações, conseguiu liberar a estrada e acabar com o conflito.
De acordo com o comandante da Polícia Militar Cláudio Ricardo Pinto, os trabalhadores da Araupel bloquearam o acesso à estrada lateral da empresa porque os integrantes do MST fecharam uma das entradas de produção da empresa, impedindo a continuidade do trabalho.
“Essa estrada lateral é utilizada pelos integrantes do MST para entrar no assentamento, mas é uma via da Araupel. O pessoal do MST alega que o outro acesso ao assentamento, uma via pública, é cheio de buracos e é mais longo. Então, como o MST impediu que os funcionários entrassem na área para trabalhar, os trabalhadores também fecharam essa via para não deixar o movimento passar”, explica o capitão da PM.
Cerca de 200 funcionários fecharam a entrada quando 500 integrantes do MST se preparavam para retornar ao assentamento.
"Trabalhamos com a eminência do conflito. A situação está muito complicada", lamenta o capitão Cláudio Pinto.
A Araupel informou que os trabalhadores bloquearam a estrada porque estão com medo que os integrantes do MST invadam as dependências do parque industrial. Há 30 dias, 180 pessoas estão paradas porque os sem-terra tomaram uma área florestal que não foi cedida para o assentamento. A empresa continua pagando os salários, mas os trabalhadores estão preocupados com os empregos.
O G1 procurou a coordenação do MST no Paraná, mas até a publicação desta matéria ninguém foi encontrado para comentar o caso.
assentamento a Quedas do Iguaçu (Foto: Divulgação/
Araupel)
Conflitos constantes
Há uma semana, comerciantes e funcionários do comércio da cidade fizeram um protesto pelas ruas da cidade em apoio aos trabalhadores da Araupel. Além da manifestação, os cerca de 250 estabelecimentos comerciais também ficarão fechados durante todo o dia. Da praça central, o grupo seguiu até a empresa. Segundo a Polícia Militar, 1,5 mil pessoas participaram da passeata.
A população teme uma onda de demissões em massa caso a Araupel tenha de reduzir os trabalhos ou mesmo fechar as portas. De acordo com a empresa, os prejuízos com as ocupações já passam de R$ 22 milhões.
No mesmo dia, os trabalhadores montaram bloqueios nas PRs 484 e 473 pedindo a retirada dos integrantes do Movimento dos Sem Terra de áreas da empresa invadidas desde julho de 2014. Os empregados da Araupel alegam que os sem-terra retiveram o maquinário usado no corte de toras.