Pesquisa da Polícia Científica do Paraná — Foto: Mariana Gevaerd / Polícia Científica do Paraná
A investigação de mortes de abelhas no Paraná levou a polícia a descobrir o uso irregular de um agrotóxico suspenso no Brasil.
Segundo a Polícia Científica do Paraná, as abelhas foram encontradas mortas em março de 2024, na região norte do estado. Em setembro, após elas passarem por perícia, os cientistas identificaram o uso do inseticida Fipronil, que tem uso suspenso para pulverização no Brasil desde 2023.
Conforme a polícia, o produto é indicado para pulverização de folhas e do solo, mas traz riscos a colônias de abelhas ao comprometer a orientação olfativa e os movimentos dos insetos, o que pode levar à morte deles em até oito dias.
As investigações ainda estão em andamento. Por isso, a corporação não divulgou as cidades onde as abelhas foram encontradas mortas.
As abelhas são responsáveis por 75% da polinização de culturas agrícolas e 90% das plantas floríferas.
De acordo com a Polícia Civil, pessoas que utilizarem agrotóxicos não autorizados podem responder criminalmente.
Uma lei de 2023 prevê que produzir, armazenar, transportar, importar, utilizar ou comercializar agrotóxicos, produtos de controle ambiental ou afins não registrados ou não autorizados tem pena de três a nove anos de prisão, mais multa.
A pena poderá ser aumentada se resultar em dano à propriedade alheia, dano ao meio ambiente, lesão corporal em alguém ou morte.
Por conta da importância da descoberta no Paraná, a análise resultou em uma pesquisa, desenvolvida em colaboração com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), e apresentada em um congresso de criminalística.
"A identificação do fipronil em abelhas mortas pode, portanto, contribuir significativamente para a investigação de irregularidades no uso de defensivos agrícolas", destacou a chefe da seção de crimes ambientais, Angela Andreassa.
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As defesas das abelhas do gênero apis são bem similares, não sendo exclusivo da abelha asiática — Foto: tsenre/inaturalist
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