Operação do Gaeco mira suspeitas de fraudes na Ciretran de Saradi
Três servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Sarandi, no norte do Paraná, foram afastados dos cargos por decisão da Justiça por suposto envolvimento em fraudes cometidas na unidade do órgão estadual.
O caso é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Operação nesta terça-feira (11) cumpriu 37 mandados de busca e apreensão relacionados ao caso. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Maringá.
A operação apura possíveis crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento público e lavagem de bens, direitos e valores relacionados à sede do Detran em Sarandi.
No total, são 12 alvos, sendo 5 empresas e 7 pessoas, entre elas o chefe do Detran de Sarandi. Os nomes não foram revelados pelo Gaeco.
Em nota, a defesa dele, que também representa uma empresária investigada na mesma operação, disse que seus clientes “nunca cometeram qualquer ato ilícito, quer seja na atuação pública ou na condução de seus negócios”.
A defesa ressaltou ainda que não teve acesso à investigação do Gaeco e que os investigados são inocentes.
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Como funcionava o esquema
De acordo com o promotor Marcelo Gobatto, do Gaeco, explicou como os suspeitos atuavam.
“Um usuário do sistema viário recebia uma multa de trânsito, aí o servidor do Detran pegava essa informação, que é confidencial, e compartilhava os dados pessoais, inclusive telefone celular, com um despachante. Este entrava em contato com a pessoa multada para oferecer o serviço de regularização das autuações administrativas”, disse.
Gobatto informou que, além dos despachantes, o Gaeco identificou empresas de exames toxicológicos que eram beneficiadas das informações repassadas pelos servidores do Detran.
Servidores foram afastados do cargo por suspeita de fraudes na unidade de Sarandi — Foto: Reprodução/RPC
O que diz o Detran
O Detran afirmou, por meio de nota, que apoiou a investigação do Gaeco com “informações e relatórios que foram solicitados desde o início da apuração, em março de 2023”.
No lugar do chefe afastado por decisão da Justiça, o Detran vai nomear um interventor gestor “para dar prosseguimento nas atividades” da unidade de Sarandi.
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