(Foto: Divulgação)
Thiaguinho levanta a voz (com a simpatia de sempre) para dizer que é pagodeiro, mesmo após a saída do Exaltasamba. O repertório do primeiro CD-DVD solo, no entanto, vai por outras sonoridades em músicas como "Buquê de flores", "Vai, novinha!" e "Leite condensado": da MPB mais descolada ao R&B, gênero admirado pelo cantor.
"Todas as minhas músicas são 'para frente', alegres. São bem sobre o cotidiano. Minha influência hoje é o R&B, desde a métrica. Canto samba de um jeito diferenciado. É uma métrica diferente. Eu me sinto honrado em poder ter mudado um pouco a história do samba", diz o cantor, que se declara fã de cantores americanos como Usher, Justin Timberlake, Neyo, Stevie Wonder e Chris Brown.
- Thiaguinho comenta 'tesão musical' com últimos shows do Exatasamba
- 'X-tudo sou eu, cara', diz Fiuk sobre estreia com pagodeiros e sertanejos
- 'Sertanejo pegação' bebe do funk, pagode e forró para dominar 2011
- Thiaguinho homenageia Chico Anysio ao lançar show solo no Ceará
- Thiaguinho, do Exaltasamba, faz show de despedida em Salvador
A gravação do primeiro trabalho solo conta com participações de Luiza Possi e Ivete Sangalo, que cantará "O poder do pretinho". "É uma música dançante com a cara dela. Ivete me deixou mensagens na caixa postal me incentivando nessa nova fase", conta ao G1. Os shows que darão origem ao disco ao vivo "Ousadia e alegria" acontecem no Credicard Hall, em São Paulo, na quinta-feira (5), sexta (6) e sábado (7).
G1 - Como foi o convite para a Ivete Sangalo participar do DVD?
Thiaguinho - A Ivete é uma pessoa que eu sempre tive uma relação muito boa. Já fizemos shows juntos e ela me chamava para cantar com ela. Na última turnê, ela incluiu "Tá vendo aquela lua". Isso foi estreitando nossa relação. Quando compus "O poder do pretinho", eu não vi outra pessoa para cantar junto comigo. É uma música dançante que tem a cara dela. Ela aceitou prontamente. Ela só me manda energia positiva. Ela me deixou mensagens na caixa postal me incentivando nessa nova fase.
G1 - Você disse que a Ivete havia pedido uma música para você, era essa?
Thiaguinho - Não, não... Essa fiz pensando no DVD. Ela está com outra minha, mas ainda vai fazer testes. Ainda estou na busca.
G1 - E a Luiza Possi vai retribuir o favor, após você participar no DVD dela?
Thiaguinho - Sim. Vamos gravar a mesma música ["Ainda é tudo seu"], que amo de paixão. Conheci a Luiza em shows, ela foi em um show nosso e a partir de então começamos a nos falar. Ela pediu uma música para o DVD dela. É uma pessoa que tenho uma amizade muito grande. Amo a voz dela, é muito doce. Ela participou de shows do Exalta. Rolou uma química boa no palco. Eu tenho duas participações surpresas.
G1 - Por que não regravar músicas do Exaltasamba?
Thiaguinho - É um trabalho novo. É para frente que se anda... Tem sempre que mostrar coisas novas, a galera está sedenta. Não tem sentido gravar algo que já foi cantado por mim mesmo. Seria como um carro que só fica estacionado. Nunca esteve na pauta. As últimas músicas do Exalta que cantei são de minha autoria e continuarão nos shows, mas não no DVD. Cantar agora seria chover no molhado.
G1 -Você disse que gostaria que seu disco solo fosse colocado na prateleira de pagode. Mas ouvindo as músicas, elas têm algo de pagode, mas vão também por um lado romântico, está mais para uma MPB desencanada. Por que ainda se considera um pagodeiro?
Thiaguinho - As músicas têm cavaquinho, surdo, repique de mão. São coisas que não abro mão. Sou pagodeiro e canto pagode. Mas sou músico, deixo todas as vertentes rolarem. Todas as músicas são "para frente", alegres. São bem sobre o cotidiano mesmo. Minha maior influência hoje é o R&B, desde a métrica. Canto samba de um jeito diferenciado. É uma métrica diferente. Eu até influencio outros artistas do meu meio. Eu me sinto honrado em poder ter mudado um pouco a história do samba. Ouço Stevie Wonder, Marvin Gaye, Usher, Neyo, Justin Timberlake. Gosto de rap também. Gosto dessa onda, de Chris Brown.
G1 - ‘Alegria e ousadia’ é um bordão e foi escolhido como nome do disco...
Thiaguinho - Foi uma das primeiras coisas que escolhi no trabalho. Essa frase serve de exemplo. Você tem que ser ousado na vida, ter coragem, não ter medo das dificuldades. Sem ousadia, não consegue nada. A alegria é consequência.
G1 - Sua meta é vender mais do que o Exaltasamba?
Thiaguinho - A minha meta é viver de música para sempre. Eu quero agradar sempre quem gosta da minha música, se puder conquistar fãs novos, melhor ainda, mas sou feliz com os fãs que eu tenho. Eu nunca me preocupei com venda de disco. Eu não sei te dizer quantos discos vendeu o último do Exalta. Eu não trato a música como um produto, ela é abstrata. Ela é sentimento, é intenção. Eu sinto as respostas nas ruas, nos shows. O que move um artista é o show. Não adianta vender milhões de CDs e nos shows não ter ninguém. Todos preferem os shows cheios e não vender discos. Não é a prioridade de nenhum artista.
G1 - Você dá muitos 'buquês de flores' para a Fernanda [Souza, namorada dele]?
Thiaguinho - Eu dou sim, claro. É importante presentear no dia da mulher, no dia dos namorados... Rosas lindas de todas as cores. Quando juntos, aproveitamos os momentos. Temos agendas cheias. Aproveitamos na alegria e na tristeza; na saúde e na doença.