Simone e Zélia Duncan cantam 'Boca em brasa', 'Iolanda' e 'Ex-amor' na gravação ao vivo do show 'Tô voltando', de Simone — Foto: Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
♪ Composta em 1970 por Pablo Milanés (1943 – 2022) em louvação à então mulher do artista cubano, Yolanda Benet, a apaixonada canção de amor Yolanda ganhou versão em português de Chico Buarque há 40 anos. Coube a Simone apresentar ao Brasil a versão de Yolanda – grafada com i na letra em português – em gravação feita com o próprio Chico para o álbum Desejos (1984).
Foi essa versão que, quatro décadas depois, a cantora revisitou em dueto afinado com Zélia Duncan na noite de ontem, 25 de maio, no palco da casa Vivo Rio, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Além de Iolanda, Simone cantou com Zélia o baião Boca em brasa – parceria de Zélia com Juliano Holanda lançada por Simone no álbum Da gente (2022) – e o samba Ex-amor (1981), de Martinho da Vila.
Simone aproveitou o retorno do show Tô voltando aos palcos cariocas para gravar ao vivo o álbum que perpetuará o espetáculo dirigido por Marcus Preto e estreado em Juiz de Fora (MG) em 15 de abril de 2023. O disco ao vivo será editado pela gravadora Biscoito Fino.
Simone se mostra radiante no palco da casa Vivo Rio na gravação do álbum derivado do show 'Tô voltando' — Foto: Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Idealizado para celebrar os 50 anos de carreira iniciada por Simone em 1973, o show Tô voltando teve o áudio captado em apresentação radiante. A Cigarra cantou com alegria visível as 22 músicas do roteiro.
Além de Zélia Duncan, Simone recebeu dez ritmistas da bateria da escola de samba Portela no número final, feito já no bis.
Com os ritmistas, a cantora deu voz ao samba-enredo O amanhã (João Sérgio, 1977) – apresentado pela escola União da Ilha do Governador no Carnaval de 1978 e amplificado por Simone em gravação do álbum Delírios, delícias (1983) – em medley com Portela na avenida (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, 1981).
Na sequência, em espécie de segundo bis, o samba Foi um rio que passou em minha vida (Paulinho da Viola, 1969) – conhecido por arrastar o povo portelense nos desfiles desde o Carnaval de 1970 – encerrou o Carnaval fora de época de Simone, arrematando show reapresentado com o roteiro quase fiel ao original.
Lamenta-se somente as ausências sentidas das canções Haja terapia (Juliano Holanda, 2021) e Você é real (Piska e Fausto Nilo, 1985) e, no bis, do samba Por um dia de graça (Luiz Carlos da Vila, 1984), obra-prima do mesmo álbum Desejos em que Simone deu voz à versão brasileira da canção cubana Yolanda, ora revivida com Zélia Duncan, amiga de casa.
Simone encerra a gravação do show 'Tô voltando' com dez ritmistas da escola de samba carioca Portela — Foto: Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio