O Geração Selfie foi atrás de sete adolescentes que moram em vários bairros de São Paulo para tentar descobrir como as gerações mais jovens estão lidando com a questão da privacidade hoje em dia. Usuários assíduos de diversas redes sociais, Camila, Dricca, Karen, Lucas, Luizinho, Olavo e Thamires vieram ao estúdio do G1 e compartilharam seus hábitos on-line, suas preocupações com a superexposição e também mostraram os smartphones que usam hoje em dia.
O Geração Selfie #5: Selfies você confere aqui.
Aproveite para conhecer mais sobre os sete participantes do programa:
CAMILA, 15 ANOS
A jovem Camila Batisti, natural de Panambi, no Rio Grande do Sul, se mudou para São Paulo com a mãe e o irmão em 2011 para perseguir a carreira de modelo profissional. Atualmente, ela vive em Moema, na Zona Sul da Capital, e entre as aulas e as sessões de fotos, ela diz ter o hábito de enviar selfies com caretas para os amigos pelo Snapchat.
"Hoje privacidade é uma coisa pública, né? Ninguém mais tem privacidade", diz a jovem, que não considera isso necessariamente uma coisa ruim. "Muita gente fica famoso por causa de Instagram, por causa de Facebook", defende ela, afirmando que o uso das redes sociais de forma positiva pode fazer com que a pessoa seja conhecida de um jeito interessante.
DRICCA, 15 ANOS
Famosa entre usuários de redes sociais que frequentam rolezinhos nos shoppings da Zona Norte de São Paulo, Adrielly 'Dricca' Navas está no ensino médio. Ela mora no bairro de Aricanduva com a mãe, a irmã e os tios, e cultiva milhares de seguidores pela internet. Sua rede social favorita é o Facebook.
A adolescente diz que, no seu grupo de amigos, a mobilidade está diretamente relacionada à existência ou não de um sinal de wifi, para economizar o dinheiro gasto com a internet 3G. "Lá em casa é a festa do wifi", explica ela, afirmando que a recíproca é verdadeira quando ela visita amigos. "Agora não é 'o que tem pra comer?', é 'qual é a senha do wifi?'", diz.
KAREN, 18 ANOS
Atualmente, Karen Uehara faz cursinho pré-vestibular no bairro Ana Rosa e pretende estudar arquitetura. Nascida no Japão, ela se mudou para o Brasil ainda pequena e hoje diz que, graças à internet, consegue manter contato com as tias e primos que ainda vivem lá. Karen tem dois smartphones: um japonês, que ela só usa para apps e games, e outro com o chip brasileiro, para fazer ligações.
Para a vestibulanda, os limites entre o público e o privado na internet devem ser traçados em dois momentos: quando a pessoa registra algum fato em foto ou vídeo, e quando ela decide compartilhar esse material na internte. "A partir do momento que você publica, aquilo não se torna mais seu, você acaba dividindo aqui com o mundo", diz ela.
LUCAS, 16 ANOS
O estudante Lucas Sant'Ana cursa o ensino médio na Zona Sul de São Paulo e pretende estudar comunicação. O adolescente começou a usar o Instagram para publicar fotos artísticas de São Paulo e, depois de ser escolhido como uma das contas favoritas dos realizadores do app, viu seu número de seguidores passar de 15 mil.
Sobre a polêmica das fotos nuas de celebridades vazadas na internet, Lucas tem uma posição firme. "A pessoa tira foto, acho que é a privacidade dela, é o corpo dela, ela tira foto do que ela quiser", explica ele, defendendo que o errado é que outras pessoas roubem esse material e o espalhem pela rede.
LUIZINHO, 17 ANOS
Luiz Carlos Chaves está fazendo o ensino médio e também mora no Parque Regina com seus país. Atualmente, além de estudar, ele arrumou um emprego para ajudar com as contas da família e juntar dinheiro para comprar um celular novo, depois que o seu foi roubado.
Perguntado se ele prefere que sua "vida virtual" acabe quando sua vida real chegar ao fim, Luizinho, que nas horas vagas também gosta de escrever funks, foi o único dos participantes deste Geração Selfie a dizer que seu desejo é que suas fotos e perfis na web sejam apagados após sua morte. "Prefiro que delete, mas não tem como né?"
OLAVO, 17 ANOS
Estudante de um colégio na Avenida Paulista, Olavo está no terceiro ano do ensino médio e pretende fazer vestibular para economia ou administração. Ele mora no Morumbi com os pais e a irmã e diz que tenta manter todas as suas redes sociais fechadas para desconhecidos. Segundo Olavo, o motivo é o medo de se expor demais.
"Não costumo publicar muita foto só minha, não", diz o palmeirense, que afirma tirar entre dez e 15 selfies por dia, mas as envia apenas para amigos e a namorada. Nos momentos íntimos, ele se diz contra usar muito o telefone. Selfie pós-sexo, então, nem se fala. "No auge da relação, acaba e você já vai e pega o celular?", reclama.
THAMIRES, 16 ANOS
Thamires Oliveira da Silva trabalha durante o dia no Bom Retiro e cursa o ensino médio à noite na Zona Sul de São Paulo. Interessada em estudar audiovisual, ela afirma que não se importa em deixar públicas algumas fotos e informações suas na web, mas afirma que toma cuidade com o que posta e sabe manter públicas apenas as informações profissionais.
Ao contrário de Luizinho, Thamires não se importa com o que vai acontecer com seus perfis on-line depois que ela morrer. Segundo ela, as fotos e frases que ela publica são um modo de ela não ser esquecida quando não estiver mais aqui. "Eu quero ser lembrada de alguma forma, podem me deixar na internet, sem problemas."