Cinema

Por Cesar Soto, g1


Diretor de 'Wonka' fala sobre Hugh Grant como Oompa-Loompa e Timothée Chalamet

Diretor de 'Wonka' fala sobre Hugh Grant como Oompa-Loompa e Timothée Chalamet

Para uma geração inteira, que cresceu acostumada com o status de Hugh Grant como um dos maiores galãs do mundo, vai ser difícil vê-lo de pele laranja, peruca verde brilhosa e 45cm de altura como um Oompa-Loompa em "Wonka".

A grande estreia dos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (7) narra a juventude e a origem do excêntrico confeiteiro de "A fantástica fábrica de chocolate" (do livro ou dos filmes) com Timothée Chalamet ("Duna") no papel do título.

Por sorte, o musical alegre e otimista tem como público-alvo as crianças. Mesmo assim, muitos pais darão de cara com a acidez da nova fase do veterano britânico como um dos famosos ajudantes do protagonista.

A ideia, recebida com muita consternação pelo público na época do primeiro trailer, é 100% crédito – ou culpa, dependendo do ponto de vista – do diretor e corroteirista do filme, Paul King.

O cineasta já tinha escalado Grant como o vilão de seu celebrado "Paddington 2" (2017), um dos grandes papéis da fase atual pós "galância" do ator de 63 anos, mais cínica e ranzinza.

Mas não foi uma escolha automática. Enquanto escrevia o roteiro, King foi buscar inspiração nos projetos anteriores para entender os Oompa-Loompas, que não têm muitos diálogos. A resposta veio na obra publicada por Roald Dahl em 1964.

"No livro, há umas músicas bem longas, de páginas, escritas em verso. Eu as li e reli. Elas são tão engraçadas e sarcásticas e cínicas, e meio que têm um prazer alegre com a desgraça das crianças mimadas que estão visitando a fábrica", diz King em entrevista ao g1. Assista ao vídeo acima.

"A voz do Hugh começou a entrar na minha cabeça. No momento em que eu tinha a voz dele na minha cabeça, era um passo para imaginá-lo com 45cm de altura, pele laranja e cabelo verde brilhante."

"Quando você tem essa imagem na sua cabeça, precisa de alguma forma compartilhar o trauma com o maior público possível, senão eu jamais dormiria de novo.

Timothée Chalamet e Hugh Grant em cena de 'Wonka' — Foto: Divulgação

'Bobo e engraçado e incrivelmente divertido'

"Wonka" inventa uma origem para o esquisito e misterioso personagem eternizado por Gene Wilder no filme de 1971 – a versão de Johnny Depp, de 2005, não tem tanta influência.

No roteiro de King e de seu parceiro em "Paddington 2" (2017), Simon Farnaby, o jovem Willy Wonka de Chalamet chega a uma cidade vagamente europeia da metade do século 20 após um período como chef em um navio.

Para realizar seu sonho de abrir a melhor loja de chocolates do mundo, ele precisa usar de toda sua inventividade – e magia – para superar os obstáculos colocados por um cartel de confeiteiros locais e escapar das garras de uma vilã inescrupulosa (Olivia Colman).

Escalar Chalamet, mais conhecido por personagens emocionais emocionais como o jovem de "Me chame pelo seu nome" (2017), foi ponto fundamental no projeto.

"Ele foi absolutamente a minha primeira escolha e a escolha foi minha. Por sorte, ele é tão brilhante que ninguém meio que se opôs por um segundo. Acho que todo mundo estava fascinado pela ideia", conta King.

"Em um filme chamado 'Wonka', ela tem que ser sobre Willy Wonka. Ele tem que carregar essa carga emocional. O mais fabuloso em relação a Timothée é que ele pode ser bobo e engraçado e incrivelmente divertido. Ele pode ser esse personagem meio estranho e imprevisível e, ao mesmo tempo, de alguma forma, segurar essa verdade emocional e manter todos esses malabares no ar ao mesmo tempo."

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