antes de 'leftovers' chegar ao fim (e virar uma das melhores séries da década)
“The Leftovers”, a melhor série no ar atualmente, termina no próximo domingo. Eu não faço a menor ideia do que esperar do final.
Duvido muito que seja extremamente ruim, espero muito que seja extremamente bom, mas posso dizer quase com certeza que seja como for não vai estragar a série. Escrevo este post antes do fim justamente para dizer que, não importa o modo como termine, já é uma das melhores séries da década. (Sim, claro, sempre podem estragar muito, eu sei. É Damon Lindelonf, amigos.). E escrevo mais um post (tão raros meus posts, que triste) sobre essa série porque é muito muito boa, de verdade.
E é bonito como “Leftovers” consegue ser uma série sobre um acontecimento misterioso no qual o mistério não importa, ou pelo menos não está entre as questões principais. O desaparecimento de 2% da população serve como gatilho para mostrar a loucura, a depressão, o desespero e a falta de sentido da humanidade – e, depois de um evento bizarro e sem absolutamente nenhuma explicação (as pessoas somem e fim), todo mundo meio que ganha carta branca para enlouquecer ou para perseguir sua fé ou para o que for. Nada mais faz muito sentido.
Não estamos em busca de respostas sobre o que aconteceu, eu honestamente duvido muito que vá acontecer um grande evento no episódio final. Essa série, ao contrário do que fingiram sobre “Lost” (a outra série de Damon Lindelof, que traumatizou toda uma geração para sempre), sim, é uma série sobre pessoas, e não sobre mistérios.
"The Leftovers" consegue, ainda por cima, tratar de assuntos espinhosos (gente louca, suicidas, luto) com um humor belíssimo e sutil, com episódios que beiram o absurdo mas sem nunca se perder na bobagem pura. Tivemos um episódio inteiro dedicado ao pai do protagonista (que mal tinha aparecido na série), que busca por canções de aborígenes na Austrália para impedir um dilúvio que cairia sobre o planeta no dia do sétimo aniversário da partida repentina. Tivemos um lindo episódio dentro de uma balsa na qual acontecia uma orgia organizada por adoradores de um leão recordista de crias e na qual um dos personagens afirmava ser o próprio Deus. O penúltimo episódio da série se passou no além/num sonho/num delírio, com o lindo título de o homem mais poderoso do mundo e seu irmão gêmeo idêntico, com o protagonista sendo presidente dos EUA e um outro igual a ele sendo um assassino contratado para matá-lo. Nada parece fazer muito sentido, tirando que faz. E está bom demais.
E tem a Nora, que perdeu a família toda na partida e se tornou a melhor personagem de todas. Love you Nora.
Cumprindo minha promessa, agradeço mais uma vez a Damon Lindelof pela graça alcançada, pela série incrível, viciante, que eu não queria que acabasse e que, pena, pouca gente assiste por aqui (é da HBO). Peço desculpas por ter falado mal e faço preces para que “The Leftovers” termine à altura de suas últimas duas temporadas.
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Começa muito, muito ruim (eu larguei). E aí lá pelo fim da primeira temporada vira a melhor coisa da vida.
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Comecei a ver “House of Cards”, por pressão popular – todo mundo assiste e não sou que vou ficar de fora, né. Mas ai que preguiça da Claire em tons pastel falando frases de efeito, amigos. Força. Continuarei.
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Só digo uma coisa para você (com atraso): Titus fazendo Lemonade. Meu deus, melhor cena do ano, apenas. "Unbreakable Kimmy Schmidt".
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“Silicon Valley” tá mais do mesmo (a história sempre em círculos) mas tá tão legalzinha, né.
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Gente voltou “Bloodline” e eu preciso ver, socorro.
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Cancelaram “Sense8”, que peninha. Mentira, era bem ruim, demorou demais pra ser cancelada. Verdade. Não se revolte.