É assim.
Vai chegando o dia da estreia de “Game of Thrones”, a gente vai ficando nervosa. Quase dois anos sem a série, tanta coisa pra lembrar, tanta expectativa, tanto personagem que não lembramos mais se está vivo, está morto, se virou zumbi. Tentei ouvir uns podcasts antes da estreia, vi uns resumos da HBO para tentar lembrar algumas coisas. Fiquei tensa na contagem regressiva, vem aquela abertura, meu coração bate mais forte. Aquela música.
Mas aí vem um episódio... apenas ok, vai.
Não sei também o que eu esperava depois da sétima temporada, em que “Game of Thrones” passou de sensacional a legalzinha. Mas mesmo assim é muita expectativa criada – e porque já tem tanto tempo desde a última vez que vimos a série, faz sentido ter aquele episódio meio que recapitulando, aí todo mundo se encontrando, se abraçando, a gente pensando "ué mas eles ainda não tinham se encontrado?", "desde quando?", quase todos os personagens juntos agora com roupinhas de frio em Winterfell, coisa e tal.
Aí eu lembro que são só seis episódios e agora só faltam cinco e me dá uma aflição...
Eu curti aquela chegada (e várias referências ao primeiro episódio da série), todo mundo de todos os núcleos de Westeros se reunindo. Mas que é estranho ver esse climinha sessão da tarde em “Game of Thrones”, isso é. A série era pesada, ousada, deixava todo mundo perturbado e boquiaberto. Não tinha esse clima de amizade e paquera.
Fora que botaram umas minas peladas nesse episódio só para dizer “ei, aqui tem ousadia sim” e um menininho morto-vivo pegando fogo e tal (ninguém que a gente conhecesse, claro, ele só apareceu antes em Winterfell para ser o morto do dia), mas eu estou aqui esperando um personagem principal morrer de forma chocante, o Jon cair do dragão, a Sansa envenenar a Daenerys, a Dany ter um caso com a Greyjoy, sei lá.
Game of Thrones, estreia da oitava temporada — Foto: Divulgação/HBO
Ok, foi legal o Jon Snow voltando pra casa, todo mundo sentadinho ali na assembleia querendo entender essa relação com a nova rainha, Sansa meio p. da vida com o irmão apaixonadinho pela loira que chegou com uma galera e quem vai cozinhar praquele povo todo? (E foi bom o diálogo “e o que os dragões comem, por falar nisso?” “comem o que eles quiserem”. iiiiiih).
Passei um pouco de vergonha com o Tyrion contando pra todo mundo sobre o pior plano da história do mundo – sequestrar um white walker para mostrar pra Cersei como eles são perigosos... Precisa lembrar todo mundo dessa coisa ridícula da temporada passada?
Melhor cena: encontro da Arya com o Jon. Foi fofo o abraço, o diálogo deles. E estou curtindo a Sansa com aquela cara de quem já foi noiva do Joffrey e sabe que a vida é difícil. Aquela cara de quem já morou no castelo com a Cersei. Come on, Tyrion, você acreditou nela? (Aliás, tecnicamente Tyrion e Sansa ainda são marido e mulher, né? Que reencontro!)
Aí teve aquela parte tão cafoooona de Jon & Dany voandinho de dragão, tipo uma lua de mel, o momento comédia romântica do dragão ciumento vendo os dois se beijarem (um beijo mega insosso de boca fechada, aliás), ai gente. Socorro.
Ainda bem que o Bran já mandou o Sam contar pro Jon que a Daenerys é tia dele, vamos criar um climão de incesto porque isso aqui é “Game of Thrones”, faça o favor. Não dá pra ficar esse negócio de ”passaria mil anos aqui com você”/“aqui é frio para uma garota do sul”, afe.
É um alívio a revelação sobre Jon ser um Targaryen ter vindo logo na estreia (eu amo Jon Snow, mas como é mau ator né? Ele reagindo à notícia mais importante do universo foi sofrido de assistir) porque agora as coisas vão andar: como falei, só temos mais cinco episódios, um deles deve ser usado pra uma batalha fod*na, então não temos tempo a perder.
Mas e aí? Jon vai logo contar pra Dany que o trono é dele por direito (duvido)? Vai ficar aguardando o momento ideal? Vai esperar pra ver se sobrevivem aos white walkers e aí contar? Vai exigir seus direitos reais agora? Aliás, é só ele falar "oi, sou seu sobrinho, filho do seu irmão" que ela vai acreditar? Ninguém pede prova de nada? Dúvida honesta mesmo.
Game of Thrones, estreia da oitava temporada — Foto: Divulgação/HBO
Enquanto isso, Cersei que quer mais é se divertir. A muralha caiu, os zumbis estão chegando? Ótimo. O Greyjoy quer uma noite de sexo? Vem aí. Capaz de fingir que o bebê é dele. Ainda fica bravinha que não vai ter elefantes no exército... E mandou o outro lá matar os irmãos dela. No meio da guerra dos mortos. Amo Cersei sem noção querendo que se dane tudo.
Medo mesmo deu o Bran, com aquela cara de ex-criança que ficou sábio e tá com raiva porque o largaram no meio do quintal frio de Winterfell. “Você já é um homem”. “Quase”. PAM.
Ainda teve a Danyeres contando pro Samuel, ah, então, eu matei sua família, mas eles que não quiseram obedecer, sorry. Esperava mais dessa cena. Até por que não tem um maldito corvo pra contar pra ele, jura? Desde a temporada passada as notícias correm praticamente por grupos de whatsapp nos Sete Reinos e ele não ficou sabendo que a família dele morreu queimada pela não-queimada? E o Jon Snow também não ficou sabendo? Ah parem.
Mas eu gostei do final, dessa expectativa "o que Jon Snow Targaryen vai fazer agora". Gostei também do encontro do Bran com o Jaime – que a gente acha que é fofinho só porque se apaixonou pela Brienne, mas jogou o molequinho da torre, matou o rei, é amante da Cersei e tal. Gente, por que a gente adora o Jaime??
Enfim. Agora só faltam cinco. Me abraça.
*
Eu curto que os white walkers estão na marcha em direção ao sul e aí param, matam um menininho e fazem uma escultura tipo Hannibal pros caras acharem.
Sempre que eu vejo essas cenas eu queria ver um making of do trabalho deles. Magina os zumbis colando os membros na parede? Fulano, me passa uma perna agora, me ajuda aqui a pregar, não, mais pra cima, isso, um pouco mais pra direita, boa.
*
Mas aí confesso que não sei quem eram os caras que deram de cara com o grupo do barbudo ruivo amigo do Jon Snow e volto a reivindicar legendas explicativas.
*
Eu curto Tyrion, Varys e sir Davos fazendo comentários engraçadinhos, pode continuar a ter essa turminha.
*
Também curto aquela árvore vermelha que tem cara de triste.
Cláudia Croitor — Foto: G1