O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff na comissão especial do Senado, afirmou não ter visto novidades nos argumentos das testemunhas de defesa que possam mudar sua posição em favor da condenação da petista.
"Todas as testemunhas já haviam sido ouvidas na comissão. No caso de [Nelson] Barbosa [ex-ministor da Fazenda], na comissão anterior, é a terceira vez que o escutamos. Mas não há nenhuma novidade, nenhuma alteração do que havia sido dito antes e que foi utilizada por mim no relatório", afirmou ao G1, após mais de 7 horas ouvindo o ex-ministro.
Anastasia tem se mantido calado nos depoimentos, sem fazer perguntas às testemunhas. Neste sábado, fez sua primeira pergunta a uma testemunha, questionando Barbosa sobre a abertura de créditos suplementares incompatíveis com a meta fiscal, uma das acusações contra Dilma.
Questionado sobre que placar prevê para o julgamento final, repetiu que não faz prognóstico sobre o resultado. Quanto à presença de Dilma na próxima segunda, diz que será "normal no processo".
Também indagado sobre os depoimentos, o presidente da comissão especial que analisou as acusações, Raimundo Lira (PMDB-PB), também disse que não muda seu voto, a favor da condenação.
"Da mesma forma que nas oitivas de testemunhas, as considerações e a defesa do advogado não mudou nenhuma convição nem para um lado nem para outro, estou sentindo claramente que aqui também no plenário não houve mudança na convicção de nenhum senador", disse.
Para condenar Dilma, são necessários ao menos 54 votos entre os 81 senadores. Na primeira votação no plenário, em maio, 55 senadores votaram para receber a denúncia e afastar Dilma do cargo. Na segunda votação, em agosto, para decidir sobre a procedência da denúncia, 59 votaram contra Dilma.
Nesta fase final do impeachment, apoiadores do interino Michel Temer calculam que Dilma será condenada por 60 votos. Apoiadores da petista, por sua vez, dizem que ela pode ter 31 votos a seu favor, o que a absolveria e a levaria de volta à Presidência.