O presidente da comissão especial que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Rogério Rosso (PSD-DF), afirmou na madrugada deste sábado (9) que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, confirmou que comparecerá ao colegiado na próxima segunda-feira (11). Nesse dia, o parecer favorável à admissibilidade do processo contra a petista será votado pelos integrantes da comissão.
De acordo com Rosso, Cardozo poderá se manifestar após o pronunciamento dos líderes partidários inscritos para falar. O advogado-geral da União já foi ao colegiado na segunda-feira (4) fazer a defesa da presidente Dilma Rousseff, mas a AGU não se manifestou na comissão após a apresentação do parecer favorável ao processo de impeachment, apresentado na última quarta-feira.
“Lógico [que Cardozo poderá falar na comissão]. Por isso mesmo convidamos excepcionalmente, para fazer uso da palavra”, disse o presidente do colegiado.
Na quarta-feira (6), Cardozo convocou uma coletiva de imprensa na qual afirmou que a sessão em que foi apresentado o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) era passível de nulidade porque o direito de defesa da presidente foi "cerceado". Na ocasião, o advogado da União substituto de Cardozo, Fernando Luiz Albuquerque Faria, presente na sessão, não foi autorizado a se pronunciar.
Na sessão em que o relatório foi apresentado, Faria chegou a falar com o presidente da comissão de impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), durante a reunião, mas foi interrompido por deputados com gritos de "vagabundo", o que gerou tumulto.
Primeira reunião para debater relatório
Nesta sexta sexta-feira (8), a comissão especial do impeachment realizou a primeira sessão de debate do parecer de Jovair Arantes. A reunião avançou a madrugada deste sábado. Rogério Rosso informou que a reunião será encerrada às 4h30. O combinado inicial era de que a reunião acabasse às 3h, mas um atraso no início dos pronunciamentos postergou o horário de término da sessão.
No total, houve 118 inscrições na lista de discursos, sendo 72 para falar a favor do processo de impeachment e 46, contra. Dois deputados se inscreveram duas vezes, uma vez para falar a favor e outra para falar contra, o que indica que os eles estavam indecisos ou não queriam anunciar posicionamento no momento da inscrição da fala. O número total de parlamentares para discursar foi 116.
Até a última atualização desta reportagem, mais de 40 deputados inscritos já haviam discursado. Em reunião de líderes, ficou acordado que os deputados não-líderes que não se manifestassem na sessão iniciada na sexta-feira não poderiam fazer o uso da palavra na reunião de segunda-feira, que será destinada para pronunciamentos apenas das lideranças das bancadas.