A Controladoria-Geral da União (CGU), pasta responsável pelo combate à corrupção no governo federal, determinou nesta quarta-feira (1º), por meio de portaria publicada no "Diário Oficial da União", a abertura de mais cinco processos administrativos contra empresas investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Ao todo, 29 companhias suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras já são alvo de apuração da CGU.
O novo lote de empresas que serão investigadas pelo Executivo federal são as empreiteiras Techint Engenharia e Construções Ltda, NM Engenharia e Construções Ltda, Construcap CCPS Engenharia e Comércio S/A, Niplan Engenharia S/A e Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda.
De acordo com a CGU, as companhias serão notificadas nos próximos dias sobre o processo administrativo de responsabilização.
Em nota oficial, o órgão ligado à Presidência da República afirmou que, "caso sejam responsabilizadas", as empresas podem vir a ficar impedidas de celebrar novos contratos com a administração pública. Além disso, o governo pode aplicar multas ou outras penalidades previstas na legislação.
Em nota, a assessoria da Construcap afirmou que ainda não foi notificada pela CGU sobre a abertura de processo e se colocou à disposição das autoridades para esclarecer qualquer suspeita.
A construtora disse ainda que "jamais integrou qualquer pretenso clube ou cartel de empreiteiras e que nunca pagou qualquer propina para a obtenção de obras".
"Os contratos que mantém com a Petrobras foram objeto, sem exceção, de licitações legais, sob critério de menor preço", diz trecho da nota.
A Techint E&C informou, por meio de nota, que ainda não foi notificada pela CGU e apresentará "oportunamente sua defesa a fim de esclarecer todos os questionamentos que se façam necessários."
Já a Niplan Engenharia ressaltou, em comunicado, que "jamais praticou qualquer ato ilícito ou irregular" em suas relações comerciais. A empresa disse ter "convicção" de que o processo administrativo na CGU comprovará essa conduta.
A NM Engenharia destacou, em nota, que "nunca foi investigada" em qualquer investigação relacionada à Operação Lava Jato, apesar de as autoridades policiais estarem apurando o caso desde o ano passado. A empresa diz no comunicado que presta serviços de manutenção à Petrobrás há 35 anos e "lamenta" ver seu nome relacionado às suspeitas de irregularidades. No entanto, se disponibiliza "a prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários".
O G1 entrou em contato com a Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda., mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Outros processos
Nos últimos quatro meses, a Controladoria-Geral da União instaurou processos administrativos de responsabilização contra 24 empresas envolvidas na Lava Jato: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão, UTC-Constran, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Alumni Engenharia, GDK, Promon Engenharia, Fidens Engenharia, Sanko Sider, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental, SOG Óleo e Gás, Tome Engenharia S/A, Egesa Engenharia S/A, Carioca Christian Nielsen S/A, Skanska Brasil Ltda, Eit Empresa Industrial Técnica S/A, MPE Montagens e Projetos Especiais S/A.