Dólar bate novo recorde
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (3) que, se o Congresso aprovar propostas de corte de gastos neste mês de dezembro, haverá uma redução do preço do dólar.
Alckmin deu as declarações durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Nos últimos dias, depois de o governo apresentar um pacote de corte de gastos aquém do esperado pelo mercado, a moeda norte-americana disparou e ultrapassou R$ 6.
Nesta terça, às 12h15, o dólar subia 0,09%, cotado a R$ 6,0740. Se continuar a subir, a moeda fechará o dia batendo novo recorde.
"Ele [o dólar] tem um componente interno e um externo. Ontem, no mundo inteiro, nós tivemos um estresse maior por componente externo. Por isso eu acho que essas coisas são transitórias. O câmbio é flutuante, do jeito que ele sobe, ele cai", declarou Alckmin.
"Em relação ao interno, se Congresso der resposta rápida neste mês de dezembro aprovando as medidas – para cumprir o arcabouço de déficit primário zero, que reduzem despesas no curto, médio e longo prazo – não só zera o déficit agora, mas já prevê uma redução de despesas também nos próximos anos. À medida em que isso ficar claro, nós devemos ter uma acomodação do dólar, o câmbio mais baixo, acrescentou o vice-presidente", acrescentou.
Alckmin também destacou o papel da indústria no crescimento do PIB em 0,9% no trimestre e a política de juros do Banco Central – a Selic está em 11,25%, patamar considerado exagerado pelo governo.
O vice-presidente disse preferir o modelo americano para lidar com a inflação. Segundo ele, a autoridade equivalente ao Banco Central não leva em conta no cálculo preços de alimentos e energia.
"Aí, sim, você tem uma cesta melhor para você avaliar a política monetária para evitar inflação", defendeu.
Acordo Mercosul-UE
O vice-presidente Geraldo Alckmin — Foto: Cadu Gomes/VPR
Alckmin voltou a defender a conclusão das negociações da revisão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que ainda não entrou em vigor apesar de mais de 20 anos de tratativas.
"A posição do Brasil e do Mercosul é favorável. Nós entendemos que é um ganha-ganha, bom para o Mercosul, bom para a União Europeia e bom para o mundo, para geopolítica mundial, fortalece o multilateralismo", afirmou.
O governo brasileiro trabalha para anunciar o término da revisão do acordo na próxima sexta-feira (6), durante o encontro de presidentes do Mercosul no Uruguai.
O encontro até o momento não consta na agenda da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Entenda o que câmbio flutuante