Por Luiz Felipe Barbiéri, Kevin Lima, Marcela Cunha, g1 — Brasília


Deputados Elmar Nascimento (União - BA), Hugo Motta (Republicanos - PB) e Antonio Brito (PSD - BA) — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados; Mário Agra/Câmara dos Deputados; Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O deputado Elmar Nascimento (União-BA) anunciou nesta quinta-feira (13) que desistiu de se candidatar à presidência da Câmara dos Deputados. E que, com isso, vai apoiar o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB).

Elmar Nascimento era o único nome na disputa contra Motta a esta altura. Antes da confirmação, o União Brasil já tinha sinalizado o abandono da candidatura e a negociação para apoiar o deputado do Republicanos.

A decisão do deputado foi comunicada em uma reunião nesta quinta. Elmar Nascimento não falou com a imprensa após o encontro.

Apontado como o candidato de Lira meses atrás, Elmar não conseguiu se viabilizar entre os pares e acabou preterido pelo atual presidente da Câmara.

O movimento de Lira deixou Elmar incomodado. Ele disse ter sido traído pelo presidente da Câmara.

Para tentar atrair o apoio do governo na disputa, Elmar chegou a fazer campanha por candidatos petistas na Bahia, seu reduto eleitoral – onde pertence a um grupo adversário do PT e tem histórico de ataques ao presidente Lula.

Apesar da tentativa, o líder do União “desidratou” e acabou perdendo apoio entre os principais caciques do partido. Elmar também sofre com resistência entre os parlamentares, o que também contribuiu para sua saída da corrida à presidência.

'Apoio irrestrito', diz Elmar a Motta

Ao lado de Motta, Elmar disse que espera que as ideias do partido sejam acolhidas e que o União seja respeitado em razão do seu tamanho e do princípio da proporcionalidade dentro da Casa.

"Da nossa parte, você pode ter certeza que a partir de hoje você contará com o apoio irrestrito de toda a bancada do União Brasil, que é uma bancada que não é só a terceira maior do parlamento, mas é uma bancada destacada e qualificada", disse Elmar.

Elmar afirmou que Motta está à altura do cargo e destacou que o próximo presidente deverá atuar pela manutenção da “autonomia da Casa perante aos outros Poderes”.

“Às vezes os outros dois poderes procuram até se unir contra uma independência que é salutar para o povo brasileiro. Se a gente tem capacidade de votar matérias como as que citei há pouco sem olhar se é governo ou oposição é justamente pela independência que as emendas parlamentares nos deram de autonomia, que representam menos 0,05% do orçamento. Não há que se falar em sequestro do Orçamento”.

Antonio Brito também desistiu

A decisão de Elmar foi a segunda desistência nesta quinta-feira. Mais cedo, o PSD retirou o nome do deputado Antonio Brito da disputa e também anunciou apoio a Hugo Motta.

A jornalistas, Antonio Brito disse que o pedido de retirada de candidatura partiu dele mesmo. A medida foi tomada, segundo o parlamentar, para possibilitar o apoio do PSD à candidatura de Motta, favorito na disputa.

"A bancada decidiu, com proposta minha, retirar a candidatura a presidente da Câmara, para que nós possamos dar sequência ao processo que já ocorre com as demais lideranças da Casa e apoiar a candidatura de Hugo Motta à presidência da Casa", declarou.

"Essa é a decisão da bancada do PSD, após uma reunião. Foi um aposição majoritária da bancada, uns concordavam, outros não, mas entendemos assim."

➡️Motta já recebeu o apoio de PP, Republicanos, PL, PT, PCdoB, PV, PRD, Rede, Solidariedade, Cidadania, PSDB, PSB, PDT, MDB, Podemos e, agora, PSD e União Brasil.

Juntas, as siglas somam 488 parlamentares.

Para ser eleito presidente da Câmara em primeiro turno, Motta precisa de, pelo menos, 257 votos.

Antonio Brito e a bancada do PSD na câmara — Foto: Marcela Cunha/g1

Em entrevista, Antonio Brito afirmou que está mantido o acordo para que o PSD presida, em 2025, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) – responsável por analisar o Orçamento da União – e a terceira-secretaria da Casa, que é responsável pela gestão de pessoas e administração financeira.

"Está tudo mantido. É um direito da bancada, não pedimos nada a mais do que a bancada teria na Casa. A bancada do PSD segue unida e agora vamos avançar pelo bem da Câmara e pelo bem do país", disse.

O deputado federal Hugo Motta, favorito na disputa pela sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados — Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

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