Deputados Elmar Nascimento (União - BA), Hugo Motta (Republicanos - PB) e Antonio Brito (PSD - BA) — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados; Mário Agra/Câmara dos Deputados; Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O deputado Elmar Nascimento (União-BA) anunciou nesta quinta-feira (13) que desistiu de se candidatar à presidência da Câmara dos Deputados. E que, com isso, vai apoiar o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB).
Elmar Nascimento era o único nome na disputa contra Motta a esta altura. Antes da confirmação, o União Brasil já tinha sinalizado o abandono da candidatura e a negociação para apoiar o deputado do Republicanos.
A decisão do deputado foi comunicada em uma reunião nesta quinta. Elmar Nascimento não falou com a imprensa após o encontro.
Apontado como o candidato de Lira meses atrás, Elmar não conseguiu se viabilizar entre os pares e acabou preterido pelo atual presidente da Câmara.
O movimento de Lira deixou Elmar incomodado. Ele disse ter sido traído pelo presidente da Câmara.
Para tentar atrair o apoio do governo na disputa, Elmar chegou a fazer campanha por candidatos petistas na Bahia, seu reduto eleitoral – onde pertence a um grupo adversário do PT e tem histórico de ataques ao presidente Lula.
Apesar da tentativa, o líder do União “desidratou” e acabou perdendo apoio entre os principais caciques do partido. Elmar também sofre com resistência entre os parlamentares, o que também contribuiu para sua saída da corrida à presidência.
'Apoio irrestrito', diz Elmar a Motta
Ao lado de Motta, Elmar disse que espera que as ideias do partido sejam acolhidas e que o União seja respeitado em razão do seu tamanho e do princípio da proporcionalidade dentro da Casa.
"Da nossa parte, você pode ter certeza que a partir de hoje você contará com o apoio irrestrito de toda a bancada do União Brasil, que é uma bancada que não é só a terceira maior do parlamento, mas é uma bancada destacada e qualificada", disse Elmar.
Elmar afirmou que Motta está à altura do cargo e destacou que o próximo presidente deverá atuar pela manutenção da “autonomia da Casa perante aos outros Poderes”.
“Às vezes os outros dois poderes procuram até se unir contra uma independência que é salutar para o povo brasileiro. Se a gente tem capacidade de votar matérias como as que citei há pouco sem olhar se é governo ou oposição é justamente pela independência que as emendas parlamentares nos deram de autonomia, que representam menos 0,05% do orçamento. Não há que se falar em sequestro do Orçamento”.
Antonio Brito também desistiu
A decisão de Elmar foi a segunda desistência nesta quinta-feira. Mais cedo, o PSD retirou o nome do deputado Antonio Brito da disputa e também anunciou apoio a Hugo Motta.
A jornalistas, Antonio Brito disse que o pedido de retirada de candidatura partiu dele mesmo. A medida foi tomada, segundo o parlamentar, para possibilitar o apoio do PSD à candidatura de Motta, favorito na disputa.
"A bancada decidiu, com proposta minha, retirar a candidatura a presidente da Câmara, para que nós possamos dar sequência ao processo que já ocorre com as demais lideranças da Casa e apoiar a candidatura de Hugo Motta à presidência da Casa", declarou.
"Essa é a decisão da bancada do PSD, após uma reunião. Foi um aposição majoritária da bancada, uns concordavam, outros não, mas entendemos assim."
Juntas, as siglas somam 488 parlamentares.
Para ser eleito presidente da Câmara em primeiro turno, Motta precisa de, pelo menos, 257 votos.
Antonio Brito e a bancada do PSD na câmara — Foto: Marcela Cunha/g1
Em entrevista, Antonio Brito afirmou que está mantido o acordo para que o PSD presida, em 2025, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) – responsável por analisar o Orçamento da União – e a terceira-secretaria da Casa, que é responsável pela gestão de pessoas e administração financeira.
"Está tudo mantido. É um direito da bancada, não pedimos nada a mais do que a bancada teria na Casa. A bancada do PSD segue unida e agora vamos avançar pelo bem da Câmara e pelo bem do país", disse.
O deputado federal Hugo Motta, favorito na disputa pela sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados — Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados