PF recolhe material biológico em zona rural próxima ao presídio de Mossoró
A Polícia Federal recolheu material biológico em uma propriedade rural próxima ao presídio de segurança máxima de Mossoró (RN), do qual dois presos fugiram na última quarta-feira (14).
As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 35.
O material será encaminhado para o Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília, e será analisado com prioridade. Os resultados podem ficar prontos em até três dias.
O material foi coletado em uma propriedade na qual Deibson e Rogério teriam furtado roupas e objetos.
Fugitivos estavam em celas vizinhas
A fuga na madrugada da última quarta-feira foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, criado em 2006.
Antes de fugirem, Deibson e Rogério estavam isolados em celas individuais – porém vizinhas, separadas por uma parede. Os dois podem ter conseguido planejar a ação.
Os criminosos escaparam da mesma maneira, por um buraco na cela. Como fugiram juntos, a suspeita é de que:
- os dois possuíam ferramentas que foram usadas para fazer os buracos;
- os dois conseguiram manter contato para que a fuga ocorresse de maneira coordenada, ao mesmo tempo.
Força-tarefa encontra camisa de uniforme da prisão de Mossoró no meio da mata
Falhas em reforma facilitaram saída
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou em entrevista na quinta (15) que os foragidos conseguiram escapar em razão de problemas no planejamento de uma reforma no presídio e pelo descuido com os materiais de construção.
Segundo o ministro, a fuga foi facilitada por falhas no revestimento ao redor da luminária. Depois de sair, os detentos entraram para o "shaft" – parte onde ficam as tubulações – e, de lá, conseguiram acessar o teto, relatou Lewandowski.
Não havia nenhuma grade ou proteção – detalhe que faz parte do planejamento de construção.
O ministro ainda relatou que os presos se depararam com um tapume de metal que protegia a área do presídio sob reforma.
Mesmo assim, conseguiram ultrapassar a área e cortar as grades da penitenciária com um alicate. O presídio não tem muralha concreta que separe as áreas interna e externa.