Por g1 — Brasília


  • Presidente participa junto com outros chefes de Estado de conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

  • Lula voltará a Brasília ainda neste domingo.

  • Após reunião do Brics na África do Sul e novas adesões ao bloco, Lula avaliou que geopolítica mundial 'começa a mudar'.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste domingo (27), em São Tomé e Príncipe, da 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Lula desembarcou no país africano por volta das 6h deste domingo (27).

O compromisso vai marcar o fim de uma semana inteira em que Lula teve compromissos oficiais no continente africano. Ele viaja de volta a Brasília ainda no domingo.

No início da semana, Lula participou, na África do Sul, de encontro de cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Depois, o presidente visitou Angola, onde se encontrou com autoridades locais.

Em seus discursos ao longo dos últimos dias, Lula ressaltou que busca reaproximar o Brasil da África e estreitar relações comerciais e culturais com os países do continente.

A estratégia, já aplicada pelo presidente em seus primeiros mandatos, é chamada nas relações exteriores de intensificar a parceria "Sul-Sul", ou seja, com os países do Sul global, e não concentrar esforços exclusivamente nos parceiros do mundo desenvolvido.

"Muitas vezes, por ignorância, pessoas brasileiras acham que fazer negócio com países ricos é muito melhor, e não se dão conta que os países ricos muitas vezes não querem fazer negócio conosco. Eles querem exportar para nós produtos de alto valor agregado e querem comprar de nós apenas commodities, soja, minério de ferro, milho e carne", afirmou Lula em discurso em Angola na sexta-feira (25).

Lula estuda criar Consulado-geral em Angola

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Língua portuguesa

A CPLP é formada por:

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os chefes de Estado vão discutir, ao longo do dia, maneiras de estabelecer apoio mútuo para negociações em outros organismos internacionais, entre outros pontos."

"É um espaço de discussão entre os países de língua portuguesa e um foro interessante, na medida em que há, muitas vezes, apoio mútuo na candidatura desses países para foros internacionais", afirmou o embaixador Carlos Duarte.

Da esquerda para a direita: Lula, o presidente da China, Xi Jinping, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov — Foto: EPA / via BBC

Brics

Um dos principais temas da semana africana de Lula foi a adesão de novos países ao Brics a partir do ano que vem. O grupo aceitou os pedidos de Irã, Arábia Saudita, Egito, Argentina, Emirados Árabes e Etiópia.

Para Lula, um dos fundadores do bloco, a geopolítica do mundo "começa a mudar".

"A economia também começa a mudar. A geopolítica começa a mudar porque as coisas vão acontecendo e a gente vai ganhando consciência de que nós temos de nos organizar [...] Trabalhar em igualdade, de forma civilizada, a gente começar a negociar", afirmou o presidente em Angola.

Segundo especialistas ouvidos pelo g1, o Brasil pode estar perdendo espaço no Brics.

“Para o Brasil, que sempre defendeu a importância do Sul Global, interessa que se amplie o Brics, apesar da perda de força interna. Quando você amplia o grupo [de cinco para 11 países], a força da voz do Brasil diminui”, avalia Lia Valls Pereira, pesquisadora associada Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).

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