Anúncio ativo na quinta-feira (20) com fraude envolvendo o nome do Desenrola Brasil — Foto: Reprodução/Biblioteca de Anúncios da Meta
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou que o Google e o Facebook retirem do ar anúncios falsos sobre o programa de renegociação de dívidas do governo federal, "Desenrola Brasil". Em caso de descumprimento, as empresas poderão ser multadas em R$ 150 mil por dia.
A determinação foi publicada em edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (26). Na semana passada, o Ministério Público abriu um inquérito para investigar sites falsos criados para aplicar golpes usando o nome do programa.
Tanto Google quanto Facebook terão 48 horas para remover os anúncios falsos. A Senacon pediu para que as empresas adotem medidas para que conteúdos fraudulentos não voltem a ser veiculados.
No dia 20 de julho, o g1 encontrou anúncios de supostas empresas que se passavam por intermediárias para ajudar pessoas com dívidas a aderir ao programa.
Em alguns casos, o anúncio redirecionava para sites que fingem consultar se a pessoa tem direito ao programa. Outras publicidades encaminhavam o usuário para atendimento personalizado falso no WhatsApp.
Um dos sites testados pelo g1 pediu o pagamento de R$ 149 via PIX para resolver uma suposta dívida.
Segundo o governo, interessados em renegociar dívidas pelo Desenrola não devem buscar intermediários. O atendimento deve ser diretamente no banco onde a dívida existe. Atualmente, o programa está atendendo pessoas com renda de até R$ 20 mil.
A Meta, dona do Facebook, informou que tem removido os anúncios enganosos sobre o Desenrola assim que são identificados. "Não permitimos atividades fraudulentas em nossos serviços e temos removido anúncios enganosos sobre o programa Desenrola Brasil de nossas plataformas, assim que identificados por meio de uma combinação de uso de tecnologia, denúncias de usuários e revisão humana. Reforçamos também que a Meta coopera e responde a requisições das autoridades brasileiras nos termos da legislação aplicável.", afirmou em nota.
O g1 entrou em contato com o Google, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.