Por Laís Lis e Elisa Clavery, G1 e TV Globo — Brasília


Projeto de autonomia do Banco Central pode ser votado na Câmara esta semana

Projeto de autonomia do Banco Central pode ser votado na Câmara esta semana

Relator na Câmara do projeto que estabelece a autonomia do Banco Central, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) afirmou nesta segunda-feira (8) que o parecer sobre o texto já foi chancelado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Segundo o parlamentar, a versão final do texto será apresentada em uma reunião de líderes nesta terça (9) e, se o acordo se mantiver, o tema vai à votação em plenário até quarta (10). A autonomia do BC já foi aprovada no Senado e estabelece, entre outras mudanças, mandatos de quatro anos para os diretores da instituição.

“Hoje pela manhã, tivemos uma sinalização muito positiva, discutimos ponto a ponto, artigo por artigo e, por concordância de ambos, tivemos a aprovação, a validação do nosso parecer. Ou seja, tanto o Ministério da Economia quanto o presidente do Banco Central concordaram com o nosso parecer, que tem como meta principal buscar a estabilidade dos preços no brasil, o controle inflacionário e sobretudo a visão da boa governança monetária no país", disse.

Em pronunciamento após reunião com Costa Filho, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do BC, o ministro Paulo Guedes elogiou o relatório e defendeu a aprovação do projeto. Segundo ele, a autonomia do BC é decisiva para garantir a estabilidade monetária do país.

“É a garantia de que aumentos setoriais e temporários de preço, como ocorreu com materiais de construção e alimentos, não devem se transformar em aumentos permanentes e generalizados de preços, que é a espiral inflacionária”, afirmou o ministro.

“Ele é decisivo para garantir a estabilidade monetária do país, poder de compra da moeda, poder de compra dos salários, das aposentadorias e a própria execução orçamentária pode ser estável se tivermos essa garantia”, continuou.

A autonomia do Banco Central vem sendo debatida no Congresso há décadas e é defendida pela atual equipe econômica desde o início do mandato. O plano de governo apresentado por Jair Bolsonaro nas Eleições 2018 falava em "independência formal do Banco Central".

Autonomia do BC

O texto já aprovado no Senado e sob análise na Câmara tem objetivo de assegurar a autonomia do Banco Central e blindá-lo de pressões político-partidárias.

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O Banco Central tem nove diretores, sendo um deles o presidente da instituição. Após serem indicados pelo presidente da República, os aspirantes ao cargo passam por sabatina e votação no Senado.

O projeto votado pelo Senado no ano passado não altera a composição dessa diretoria colegiada do Banco Central, mas estabelece mandato de quatro anos para o presidente do BC e os demais diretores. Todos eles podem ser reconduzidos ao cargo, uma única vez, por igual período.

O texto também prevê que o mandato da presidência do BC não coincidirá com o da presidência da República.

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