A presidente Dilma Rousseff deu posse nesta quinta-feira (3) aos novos ministros da Justiça, Wellington César Lima e Silva, da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, e da Controladoria-Geral da União(CGU), Luiz Navarro.
A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença de parlamentares, ministros e familiares dos novos integrantes do primeiro escalão.
Deslocado do Ministério da Justiça para a AGU após ser alvo de pressões de integrantes do PT, Cardozo assume a chefia da pasta no lugar de Luís Inácio Adams, que decidiu deixar o governo para atuar em um escritório privado de advocacia. Adams era um dos últimos remanescentes da primeira versão do governo Dilma.
Para o lugar de Cardozo, a presidente convidou o procurador de Justiça Wellington César Lima e Silva, que já comandou o Ministério Público da Bahia. Ele foi indicado para o cargo pelo chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que escolheu Lima e Silva para o chefia do MP no período em que esteve à frente do governo baiano.
Na CGU, Navarro assume o posto de Carlos Higino, que vinha atuando desde dezembro como ministro interino da pasta.
As trocas no primeiro escalão do governo ocorrem em meio ao processo de impeachment que a presidente enfrenta na Câmara dos Deputados.
Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa, a pedido do PSDB, se a campanha que elegeu Dilma e o vice Michel Temer em 2014 cometeu abuso de poder econômico. A legenda de oposição pede a cassação dos dois.
Essas mudanças também ocorrem após, nos bastidores, integrantes do PT pressionarem José Eduardo Cardozo a deixar o cargo por avaliarem que ele não tinha controle sobre as atividades da Polícia Federal, especialmente nas investigações relacionadas à Operação Lava Jato.
O anúncio das trocas na AGU, no Ministério da Justiça e na CGU ocorreu na última segunda (29). Por meio de comunicado oficial divulgado à imprensa, a Secretaria de Comunicação Social informou as decisões da presidente Dilma Rousseff.
Um dos principais conselheiros políticos dela, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, foi consultado sobre as mudanças na Esplanada dos Ministério.
Lava Jato
A troca no comando do Ministério da Justiça gerou intensa repercussão política em Brasília. Nos bastidores, integrantes do PT pressionavam José Eduardo Cardozo a deixar o cargo por avaliarem que ele não tinha controle das atividades da Polícia Federal, especialmente nas investigações relacionadas à Operação Lava Jato.
Associações de delegados e agentes da PF chegaram a manifestar “preocupação” com a substituição de Cardozo e apontaram suposto “risco” no andamento da Lava Jato com a troca.
Em meio à repercussão em torno de seu nome, o novo ministro da Justiça, Wellington Silva, disse que Polícia Federal “continuará com seu trabalho”. À TV Globo, ele afirmou também que as instituições públicas estão “maduras” a ponto de não sofrer alterações em seus serviços em razão de mudanças dos “atores” que as controlam.
Impeachment
As mudanças no primeiro escalão do governo também ocorrem em meio ao processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff enfrenta na Câmara dos Deputados. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa, a pedido do PSDB, se a campanha que elegeu Dilma e o vice Michel Temer em 2014 cometeu abuso de poder econômico. A legenda de oposição pede a cassação dos dois.
Em entrevista ao G1 na semana passada, Luís Adams, que deixa a AGU e passa o bastão para José Eduardo Cardozo, avaliou que a troca no comando da pasta não prejudicará a defesa de Dilma no impeachment. Segundo ele, os argumentos técnicos já estão preparados.
A defesa de Dilma e Temer no processo que corre no TSE cabe ao advogado Flávio Crocce Caetano, ex-secretário nacional de Reforma do Judiciário que atuou como coordenador jurídico da campanha de 2014.