04/10/2013 08h32 - Atualizado em 04/10/2013 12h28

Em reunião na madrugada, Marina discutiu futuro político, diz deputado

Ex-senadora terá que se filiar a partido até sábado se quiser disputar 2014.
Alfredo Sirkis afirmou que reunião foi 'emocional', mas não houve decisão.

Do G1, em Brasília

Marina Silva acompanha sessão do TSE sobre registro da Rede (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)Marina Silva durante sessão do TSE que rejeitou
registro da Rede para 2014 (Foto: Ueslei Marcelino
/Reuters)

A ex-senadora Marina Silva se reuniu na madrugada desta sexta-feira (4) com apoiadores políticos para discutir que decisão vai tomar com relação à disputa das eleições de 2014. O encontro, em um apartamento em Brasília, ocorreu após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter rejeitado o pedido de criação do partido de Marina, o Rede Sustentabilidade, por falta do número mínimo de assinaturas de apoio.

Com a rejeição do TSE, Marina, que aparece nas pesquisas eleitorais como a segunda colocada na disputa para presidente da República, terá que se filiar a um partido até este sábado (5) se quiser disputar o pleito de 2014. A lei determina que um candidato esteja filiado a partido no prazo de um ano antes das eleições.

Segundo o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos mais próximos aliados de Marina, a reunião contou com cerca de 50 pessoas, com "graus de envolvimento diversos" com a Rede, como os deputados do PDT Reguffe (DF) e Miro Teixeira (RJ) e o deputado Walter Feldman (sem partido-SP).

Sirkis afirmou que muitos dos presentes pediam que Marina se filiasse a um novo partido para poder disputar as eleições, mas que nenhuma decisão foi tomada ainda.

"Todos querem que ela seja candidata. Mas a decisão é de foro íntimio da própria Marina. Ela tem que decidir se quer se filiar ou não", disse o deputado.

Sirkis afirmou também que a reunião foi "muito emocional", porque ocorreu logo após a decisão do TSE de rejeitar a criação da Rede. Ele disse que, por conta das discussões, acabou se "aborrecendo" e deixou o apartamento antes de o encontro terminar.

Antes de o pedido da Rede ser julgado pelo TSE, Marina já havia sido sondada por outros partidos, como o PPS e o PEN. Ela, no entanto, dizia que não trabalhava com "plano B".

A assessoria da ex-senadora informou que no início da tarde desta sexta ela vai dar entrevista coletiva para anunciar sua decisão sobre a filiação ou não a um novo partido. Antes, o grupo deve ter ainda uma nova reunião.

Segundo reportagem do jornal "O Globo" desta sexta, pessoas presentes à reunião disseram que Marina ouviu muito mais do que falou. Ainda de acordo com o jornal, a ex-senadora abriu o encontro agradecendo o apoio dos aliados e destacando o fato de todos os ministros do TSE terem elogiado a lisura do pedido da Rede. Diante das falas longas dos aliados durante a reunião, Marina chegou a pedir "poder de síntese" em alguns momentos.

 Decisão do TSE
Por 6 votos a 1, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu nesta quinta-feira (3)  não conceder registro à Rede Sustentabilidade.

O único ministro a votar a favor da criação do partido foi  Gilmar Mendes. Os outros seis votaram contra (Laurita Vaz, João Otávio de Noronha, Henrique Neves, Luciana Lóssio e Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia).

Segundo o TSE, Marina comprovou apoio de 442 mil eleitores em assinaturas validadas pelos cartórios eleitorais, mas a lei exige 492 mil, o equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados federais nas últimas eleições.

O tribunal converteu o pedido de criação da legenda em "diligência", o que permite que Marina apresente mais assinaturas. No entanto, como o prazo para concessão de registro termina no sábado (5) e até lá não haverá nova sessão da Corte eleitoral, o partido não poderá participar da disputa de 2014.

Após o julgamento, ainda no plenário do TSE, Marina Silva se dirigiu aos apoiadores da Rede: "Ainda somos um partido. Não temos registro, mas temos o mais importante: temos ética. Vamos ficar mais fortes."

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