05/08/2013 17h20 - Atualizado em 05/08/2013 17h44

'Comigo ela não é brava', diz Dilma sobre base aliada no Congresso

Presidente se reúne nesta tarde com líderes da Câmara dos Deputados.
Em discurso, Dilma defendeu plebiscito e royalties para educação.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de sanção do Estatuto da Juventude (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Dilma discursa em cerimônia de sanção do Estatuto
da Juventude (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (5) não considerar que a base governista no Congresso esteja "brava" com ela. Em rápida entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, a presidente foi questionada sobre como anda a relação com os partidos aliados na volta do recesso parlamentar e afirmou que "a diferença de opinião é possível".

"Eu tenho impressão que a base só é brava com você, comigo ela não é brava", disse a presidente a uma jornalista que a questionou sobre o assunto. Ao ouvir que havia um ambiente de "rebeldia no Congresso", Dilma rebateu: "Vamos ser democráticos. A diferença de opinião é possível e acredito que nós vamos construir um caminho muito seguro para o Brasil", disse, finalizando a entrevista.

Nesta segunda, a presidente se reúne com líderes de partidos aliados na Câmara dos Deputados para discutir a pauta de votações na Casa, em que o governo corre risco de derrota em várias propostas. Na entrevista, Dilma citou o programa Mais Médicos como um dos assuntos da reunião.

O programa - que prevê o atendimento no SUS como requisito na formação de médicos e também a contratação de profissionais formados fora do país para atuar no interior - enfrenta forte resistência da categoria. No Congresso, a medida provisória contendo as regras do programa já recebeu 567 emendas, propondo alterações.

A pauta do Congresso na volta do recesso ainda reserva outras propostas que contrariam o Planalto. Duas delas foram citadas minutos antes pela presidente em discurso durante cerimônia de sanção do Estatuto da Juventude. Na fala, Dilma defendeu a destinação dos royalties do petróleo na educação, como inicialmente proposto por ela, sem mencionar a aplicação desses recursos também na saúde, incluída durante a tramitação do projeto de lei na Câmara dos Deputados.

“Os royalties do petróleo são originários de uma riqueza finita, uma riqueza que a gente começa a explorar e ela um dia acaba. Portanto, desde o início o governo considerou fundamental que esses royalties fossem destinados à educação”, afirmou.

O projeto encontra-se em fase final de tramitação, e a versão em análise pelos deputados ainda contrariou o governo por usar recursos diretamente do Fundo Social, uma espécie de poupança formada com recursos do pré-sal. A intenção do governo era usar somente rendimentos financeiros e não o capital principal do fundo.

Antes, na fala, a presidente também voltou a defender a necessidade de um plebiscito para realizar a reforma política, rechaçado por quase todos os grandes partidos no Congresso, que preferem um referendo (consulta feita após o trabalho legislativo, não antes).

No discurso, a presidente disse que “consultar o povo nunca é demais”. “Consultar o povo é democrático e necessário para que as nossas instituições tornem-se cada vez mais permeáveis às demandas da sociedade, mais abertas ao controle e sobretudo mais eficazes. Aliás, nenhum país do mundo se transformou numa nação desenvolvida sem aperfeiçoar suas estruturas de governança", afirmou.

Neste mês, o Congresso deve votar ainda vetos presidenciais delicados para o governo, como o que manteve a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS nas demissões sem justa causa. Se o veto for derrubado e a multa acabar, o governo pode perder R$ 3 bilhões por ano.

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