06/08/2013 18h09 - Atualizado em 07/08/2013 19h40

Barbosa diz que entidades de juízes agem como 'politiqueiros'

Jornal noticiou compra de imóvel em Miami por presidente do Supremo.
Entidades de magistrados decidiram consultar CNJ, presidido por Barbosa.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou nesta terça-feira (6) que as entidades que reúnem magistrados agem como "politiqueiros" ao questionar a forma como ele comprou um imóvel em Miami, nos Estados Unidos.

Barbosa adquiriu um apartamento por meio de uma empresa da qual é sócio, a Assas JB Corp, o que permitiu que obtivesse benefícios fiscais. Segundo a "Folha de S.Paulo", o apartamento tem 73 metros quadrados e custa entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.

Nesta terça, o jornal informou que entidades que reúnem magistrados fariam uma consulta ao CNJ, do qual Joaquim Barbosa também é presidente, para saber se um juiz de primeira instância pode adquirir um imóvel dessa forma, por meio de uma empresa. O objetivo, segundo a publicação, seria "constranger" Barbosa.

A consulta partiria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

No ano passado, Joaquim Barbosa acusou as mesmas entidades de agirem de forma "sorrateira" em apoio à criação de quatro tribunais regionais federais. Barbosa é contra os novos TRFs.

"Isso é politicagem. O CNJ não cuida dessas matérias. Deixa eu lhe dizer uma coisa. É... Na verdade, eu não tenho nada a dizer. Nada. A única coisa que posso dizer a você é o seguinte: eu comprei com o meu dinheiro, tirei da minha conta bancária, enviei pelos meios legais. Não tenho contas a prestar a esses politiqueiros", disse o presidente do Supremo ao ser perguntado sobre a eventual consulta das entidades de magistrados.

Barbosa afirmou que a aquisição do imóvel ocorreu de modo regular e disse que as entidades deveriam se preocupar com os "assaltos ao patrimônio público".

"Aqueles que estão preocupados com as minhas opções de investimento, feitas com os meus vencimentos, com os meus ganhos legais e regulares, deveriam estar preocupados com questões muito mais graves que ocorrem no país, especialmente com os assaltos ao patrimônio público que ocorrem com muita frequência. E, essa deveria ser a preocupação principal, e não tentar atacar aqueles que agem corretamente, que nada devem, enfim, um cidadão correto."

Ele afirmou ainda que nada tem a temer. "Existe um ditado muito interessante: quem não deve não teme. Quanto a essas pessoas que vivem a me atacar, eu digo isso: quem não deve não teme."

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