05/07/2013 14h50 - Atualizado em 05/07/2013 15h44

'Viola desafinou', diz líder do PT sobre relação do governo com a base

Deputados do PT se reuniram nesta sexta com a presidente Dilma Rousseff.
Segundo José Guimarães, Dilma pediu apoio para recompor a base.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília

Após reunião da bancada do PT com a presidente Dilma Rousseff, o líder do partido na Câmara, José Guimarães (CE), disse que a “viola desafinou” ao fazer referência à articulação do Planalto com os partidos aliados no Congresso. Os deputados deixaram o encontro instruídos a “rearticular e pacificar" a base.

“A viola desafinou um pouco e qualquer viola desafinada tem que ser afinada, e o PT pode ajudar. Vamos trabalhar para rearticular a base, pacificar a base”, afirmou Guimarães.

A presidente chamou para a reunião cerca de 30 deputados do PT. De acordo com o líder,  Dilma pediu que a bancada ajude na “recomposição da base e no diálogo com os partidos, especialmente com o PMDB”. “As últimas votações [na Câmara] mostram a base desafinada”, disse Guimarães. “O PMDB integra nossa aliança e é fundamental a gente afinar a viola”.

Dilma apresentou dois pedidos aos parlamentares, de acordo com o líder: recompor a base e garantir a governabilidade - não aprovando projetos que comprometam o rigor fiscal -, e manter um diálogo permanente com a sociedade.

José Guimarães disse que o partido está “unido” e que foi ao Planalto para dizer que apoiará a presidente “até debaixo d’água”. Ao final da reunião, contou o líder, a presidente foi aplaudida pelos deputados. “Ela [Dilma Rousseff] disse: ‘estou absolutamente segura’. A presidente está nas nuvens”, relatou.

Ele disse que o partido não está preocupado com a queda de 27% na popularidade da presidente, apontada por pesquisa Datafolha divulgada na semana passada. A “aparente crise” pela qual passa o governo “é o combustível para darmos a virada”, disse Guimarães.

“Vamos mostrar tudo o que fizemos de bom neste país e evidentemente que, com tudo isso, a popularidade da presidenta aumenta. Não estamos preocupados com popularidade porque caiu a presidenta e caiu todo mundo, governadores, por exemplo”, concluiu.

Volta de Lula
José Guimarães disse que “não existe” o debate sobre a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a concorrer à Presidência da República em 2014. O PT, disse, reafirmou o apoio à Dilma nas eleições do próximo ano.

“Nós firmamos a posição com a presidenta: é a presidenta quem vai liderar esse processo de mudança por dentro, de aprimoramento das políticas públicas. Não tem esse negócio de volta Lula. A bancada está toda solidária e vai exercer maior protagonismo na discussão das políticas públicas que são enviadas pelo nosso governo”, afirmou Guimarães.

Plebiscito
De acordo com o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a reunião não tratou da realização do plebiscito sugerido ao Congresso pela presidente para tratar da reforma política.

Nesta quinta (4), o vice-presidente, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniram com líderes da base para tratar do plebiscito. Ao final do encontro, Temer havia dito que seria "impossível" realizar um plebiscito sobre a reforma política a tempo de as novas regras valerem para as eleições do ano que vem. Mas horas depois voltou atrás e divultou nota em que dizia que o governo "mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014".

O governo, de acordo com Chinaglia, continua trabalhando com a possibilidade de a reforma política ter efeito já nas eleições de 2014. “Há quem analise que o fato de o TSE ter definido 70 dias isso praticamente tira a chance. Agora, a orientação do governo é que o praticamente não é totalmente. E nós vamos trabalhar para ver se dá tempo”, declarou.

“Vamos trabalhar imediatamente para a coleta de assinaturas, conjuntamente Câmara e Senado, para fazer o projeto de decreto legislativo”, concluiu.

 

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