comemorativa dos 25 anos do PSDB, na Câmara
(Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara)
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) afirmou nesta terça-feira (18) que as manifestações em todo o país revelam uma “descrença nos caminhos políticos” e mostram que “as coisas não estão tão bem” no Brasil quanto pensam os governantes. FHC participou da abertura de uma exposição na Câmara dos Deputados pelos 25 anos do PSDB.
“É importante que as pessoas mais jovens, e não só os jovens, expressem suas vontades, mesmo que não saibam muito bem para que lado vão e que sejam muito díspares as suas vontades. É claro que a partir daí os que são responsáveis, os que estão no governo, têm que perceber: as coisas não estão tão bem quanto eles pensam”, afirmou.
Para o ex-presidente, os partidos políticos precisam se “aproximar do povo” e perceber quais são as principais insatisfações. “Há uma certa descrença nos caminhos políticos, então os partidos políticos que quiserem se recompor com o povo têm que chegar mais perto do povo e sentir qual é a demanda.”
Ao discursar para políticos do PSDB, Fernando Henrique Cardoso comentou que o “termômetro” da insatisfação do povo brasileiro é a inflação. “Agora que vamos para as ruas e vemos as ruas vibrarem temos que prestar atenção, primeiro, que não é por caso. Há um certo mal estar, e esse mal estar deriva de muitas coisas, mas deriva de se começar a sentir uma certa carestia”, disse.
O ex-presidente avaliou que o descontentamento da população ocorre, principalmente, porque “o dinheiro já não chega tão bem quanto chegava há até pouco tempo.” “Melhoramos em muitas coisas. Queremos mais. É um momento de afirmação. Ninguém faz nada sozinho, só fazemos de mãos dadas, só fazemos juntos”, afirmou.
Aécio
Presente ao evento do PSDB, o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, afirmou que os protestos pelo país mostram que o Brasil da “propaganda oficial” do governo federal não existe.
“Uma questão é clara: o Brasil róseo, festejado na propaganda oficial, Brasil sem miséria, de educação de qualidade, com empresas públicas batendo recorde de produção, esse Brasil que nós dizimamos irreal ficou claro que ele não existe”, avaliou.
Possível candidato à Presidência da República em 2014, Aécio Neves disse que a população que foi às ruas está insatisfeita com a alta generalizada de preços e a baixa qualidade da educação pública.
“O que fica disso tudo é uma clareza maior em relação às dificuldade que o Brasil vive no custo de vida com o retorno da inflação, a educação de baixíssima qualidade, um transporte que não avançou absolutamente nada ao longo dos últimos anos, uma saúde trágica. Um conjunto de indicadores que preocupam fundamentalmente aqueles que vivem com maiores dificuldades”, afirmou.