Marina Silva (Foto: Nathalia Passarinho/G1)
Possível candidata à Presidência em 2014, a ex-senadora Marina Silva afirmou nesta terça-feira (25) que o governo federal precisa “dialogar mais” com as forças políticas e a população do país. Para ela, a resposta da presidente Dilma Rousseff aos protestos que ocorrem pelo país não foi suficiente.
“A forma como foi feita [a reação] foi o modelo reativo tradicional. Na minha opinião, a presidente Dilma fez um discurso orientado por profissionais do marketing que não surtiu efeito, depois houve uma tentativa de dar resposta discutindo internamente com o governo, com aliados, mas em uma reunião anunciando aos governadores o que já havia sido decidido e anunciando para a sociedade o que foi anunciado aos governadores. Isso sem conversar com diferentes setores da sociedade”, criticou Marina Silva.
Nesta segunda (24), Dilma reuniu governadores e prefeitos para propor cinco pactos nacionais - por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação. Uma das ideias centrais apresentadas pela presidente foi o "funcionamento de um processo constituinte" para elaborar e votar a reforma política.
Para Marina Silva, o governo precisa perceber que é o momento de “falar com as pessoas” e não “para as pessoas”.
“É o momento de discutir com todos, de não achar que vai se fazer uma discussão dessas falando do Palácio para as pessoas, mas sim com as pessoas. Não tem como se fazer um projeto de sociedade que não seja a partir do diálogo e da ideia de incluir aqueles que claramente disseram que estão apartados do sistema político que está aí.”
Sem citar nomes, a ex-senadora disse ainda que políticos não deveriam se aproveitar das manifestações para ganhar popularidade. “Não é hora de querer capitalizar, é hora de metabolizar. E metabolizar na forma de uma agenda para o país. A força que surge dessas manifestações não pode ser reduzida a uma pauta de reivindicação. O que está colocado aí é a necessidade de uma agenda”, afirmou.
Marina Silva defendeu, porém, a realização de uma Assembleia Constituinte para debater a reforma político, se houve respaldo legal para essa proposta. “Nesse momento há um grande questionamento dos juristas sobre se há esse respaldo constitucional. Se houver esse respaldo é a única forma de reparar essas distorções. Se for possível, é o melhor caminho.”