01/02/2013 13h10 - Atualizado em 01/02/2013 13h28

Ao discursar, Renan diz que 'ética é dever de todos' no Senado

Senador é alvo de denúncia da PGR pelo suposto uso de notas frias.
Candidato a presidir Senado não comentou acusações da Procuradoria.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

Ao discursar nesta sexta-feira (1º) antes da eleição para a presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) comentou discursos de outros senadores sobre ética e disse que "a ética é dever de todos" no Senado. Alvo de acusação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por três crimes, Renan não fez menção à denúncia.

“Alguns aqui falaram sobre ética e, seria até injusto com esse Senado, que aprovou celeremente, como nunca tão rapidamente outra matéria, a Lei da Ficha Limpa, demonstrando que esse é compromisso de todos nós. Eu queria lembrar que a ética não é objetivo em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, é o interesse nacional. A ética é meio, não é fim. A ética é dever de todos nós", disse Renan.

O senador Renan Calheiros antes da sessão desta sexta (1º) (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)O senador Renan Calheiros antes da sessão desta
sexta (1º) (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)

Em discurso de cerca de 20 minutos, Renan Calheiros, que é o candidato governista na disputa pela presidência do Senado, destacou a necessidade de transparência na área pública.

"Lembro que a arrajoda arquitetura de [Oscar] Niemeyer, presente nos três palácios dos três poderes da República, é marcada principalmente pela transparência de seu vidros. Isso tem uma simbologia muito expressiva, que exprime a transparência e a ética."

Renan Calheiros iniciou o discurso dizendo que não postulou cargos na Mesa Diretora do Senado no biênio 2013 e 2014 e que, como líder do PMDB, tentou unir a bancada do partido.

“Faço questão, antes de ressaltar que no exercício da função de líder do PMDB não postulei qualquer cargo na Mesa Diretora que deverá ser formada para o biênio 2013/2014. Ao contrário, meu maior compromisso foi o de aglutinar e unir a nossa bancada.”

Ele afirmou que, se eleito presidente do Senado, terá como primeira ação promover reformas administrativas para que o Senado atue de forma mais "eficiente e com racionalidade de recursos".

Renan destacou que sua gestão buscará "transparência ampla, racionalidade administrativa com vistas a aumentar a eficiência e reduzir a despesa pública, extinção e fusão de órgãos, meritocracia, motivação, profissionalização e qualificação continuada."

O peemedebista afirmou ainda que, se eleito, vai instituir a Secretaria da Transparência. "Vamos criar, com apoio da Mesa a Secretaria da Transparência, sem custo adicional para o Senado." Segundo ele, essa secretaria "cuidará das demandas da sociedade relativas à Lei de Acesso à Informação."

Ao apresentar a proposta e dizer que espera o respaldo e concordância da Mesa Diretora, Renan alfinetou o adversário Pedro Taques (PDT-MT). "Aqui, senador Pedro Taques, que está chegando agora, as decisões não do presidente, é decisão coletiva, colegiada." Taques foi eleito para o primeiro mandato de senador em 2010.

Taques, que discursou antes de Renan, afirmou que os “senadores não podem ser leva e trazes do poder Executivo”. "Chega de Senado perdigueiro, do senado sabujo. Somos senadores da República, não leva e trazes do poder Executivo", afirmou. Para Taques, o Senado precisa se afirmar como um poder independente e não ser um "puxadinho" do Executivo.

Renan Calheiros também prometeu construir, com apoio da Mesa Diretora, um banco de dados federativo. "Com esse banco de dados, sem dúvida, iremos votar de maneira cada vez mais qualificada as propostas referentes ao fundo de participação dos estados, ao fundo de participação dos municípios, e todas as questões relacionadas aos entes federados", disse.

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