O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta sexta-feira (10) o sétimo dia de julgamento da ação penal 470, que reúne os 38 réus do caso do mensalão, considerado o de maior relevância dos 183 anos de história do tribunal. Neste dia foram ouvidas as defesas de réus ligados ao PL. Veja abaixo frases de destaque.
Marcelo Luiz Ávila de Bessa, advogado do deputado federal Valdemar Costa Neto:
“Houve um acordo político. Mas, no caso especifico, houve um acordo de Valdemar, não por ser deputado, e não porque seria deputado, mas sim porque era presidente de partido, para viabilizar na campanha presidencial a candidatura de José de Alencar como vice. [...] Foi um acordo eleitoral.”
“Houve partilhamento do caixa de campanha, exclusivamente com recursos para a campanha eleitoral (...). Se fez uma proporção então: 3/4 daquele caixa ficaria ao PT e 1/4 ao PL. Não se faz campanha sem dinheiro. E com que dinheiro? Dinheiro de campanha. E isso não é errado, não."
“Se só tem no Brasil e não é jabuticaba, é besteira.”
“Ninguém aqui pretende ser absolvido e colocar uma medalha no peito.”
Guilherme Alfredo de Moraes Nostre, defensor de Breno Fischberg, da corretora Bônus Banval:
“Há 7 anos que ele tenta provar que não tem nenhuma relação com os fatos. Teve sua vida profissional aniquilada, a vida pessoal comprometida, o rosto estampado em todos os jornais como um mensaleiro, um homem envolvido no maior escândalo de corrupção do país. E tenta provar que foi colocado nessa ação penal por uma lamentável soma de equívocos.”
“Ele não tinha vínculo com o PT, com PP, com qualquer partido. Como poderia ele desconfiar que esse dinheiro seria para a compra de votos no Congresso?"
Haman Tabosa, advogado de Carlos Alberto Quaglia, da corretora Natimar:
“Defender um inocente é mais difícil do que defender um culpado. Porque, lá no fundo, o culpado entende que se a pena for correta, isso já estará bom."
"E a defesa que se vire" (sobre a ausência de defesa do réu durante o processo no STF, alegando falha processual e pedindo a nulidade da acusação contra o réu)
“Ele lavou esse dinheiro todo para ficar pedindo apoio da defensoria pública? Eu não acredito nessa tese, ele mora em Santa Catarina, não mora em bairro nobre, nunca se furtou a responder aos termos dessa ação penal”.
Délio Lins e Silva Júnior, advogado do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas:
"Pode ser uma hora, senhor presidente?" (ao ouvir do ministro Ayres Britto que teria "até um minuto" para falar; o ato falho do presidente do STF arrancou risos no plenário e do próprio Ayres Britto)
"Jacinto Lamas era um zero à esquerda em termos políticos. E quem diz isso não sou eu, são os autos."
"Vou falar aqui do presidente Lula. Não quero dizer que ele deveria figurar neste processo. Eu acredito que o presidente Lula realmente não sabia de nada. Mas quem seria o maior beneficiário do esquema? O chefe da Nação, o presidente da República, o presidente Lula. E eu acredito nele, que diz que de nada sabia. E existe um depoimento nos autos que diz que ele sabia: o de Roberto Jefferson (...). E se ele não sabia, Jacinto Lamas também não sabia".
"Eu peço Justiça. E a Justiça é separar os mensaleiros dos mensageiros."
Délio Fortes Lins e Silva, que defende Antônio Lamas, acusado de retirar R$ 350 mil do mensalão para o irmão Jacinto:
"Era para ser a denúncia do Ali Babá e os 40 ladrões. Na medida que eu vejo 100 pessoas com a mesma conduta que não foram denunciadas e o Antônio Lamas foi, eu me questiono, qual foi o critério para ele ser denunciado? Foi o sobrenome? (...) Por que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva não foi denunciado? (...) E eu só trouxe isso porque, nesse país, o pau só quebra nas costas do pequeno. O cacetete só rola nas costas do humilde."